Girão questiona Moraes por não incluir 'gabinete da ousadia' de Lula em inquérito

Da Agência Senado | 12/06/2024, 15h15

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou, em pronunciamento nesta terça-feira (11), a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar a prisão, na última quinta-feira (6), de 208 envolvidos nos atos de 8 de janeiro por descumprimento de medidas cautelares. O senador também destacou que a Polícia Federal recebeu autorização do ministro para investigar e prender envolvidos que fugiram para outros países.

Girão condenou a conduta de Moraes, que, segundo o parlamentar, vem cometendo uma sucessão de “arbitrariedades” contra cidadãos brasileiros. Para o senador, os envolvidos tiveram seus direitos constitucionais de defesa cerceados e foram transformados em “presos políticos”. Em resposta a essa ação, Girão apresentou um requerimento para uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH) para discutir "barbaridades" ocorridas no contexto das prisões.

— Essa força-tarefa da Polícia Federal é considerada a maior operação policial desde a Operação Lava Jato, de 2014 a 2021, mas com uma profunda diferença. Enquanto na Lava Jato a polícia estava atrás de criminosos poderosos, corruptos, alguns deles réus confessos, que desviaram bilhões de reais dos brasileiros, agora promove uma verdadeira perseguição a opositores políticos do governo Lula — disse.

Girão também mencionou as alegações de Ezequiel Silveira, advogado da Associação dos Familiares e Vítimas de 8 de Janeiro, que classificou as últimas prisões como ilegais e baseadas no receio de suposto risco de fuga dos acusados. O parlamentar destacou os casos do veterinário Felício Manuel Araújo e da professora aposentada Iraci Nagoshi, que, segundo ele, enfrentam condições adversas e penas severas apesar de não terem participado dos atos de vandalismo.

— Estamos aqui apelando para que cessem essas perseguições aos inocentes. Que seja penalizado quem realmente promoveu a depredação dos prédios públicos, voltando a prevalecer o bom senso e o Estado democrático de direito — afirmou o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)