Leila relata visita ao RS e pede que Brasil siga unido pela reconstrução do estado

Da Agência Senado | 29/05/2024, 11h06

Durante a reunião da Comissão de Meio Ambiente (CMA) desta quarta-feira (29), a presidente do colegiado, senadora Leila Barros (PDT-DF), fez um apelo para que o Congresso, os demais Poderes e a sociedade civil sigam na corrente de união, trabalho e solidariedade pela recuperação do Rio Grande do Sul. Ela se emocionou ao relatar como foi a visita da comitiva de senadores ao município de Canoas (RS), na semana passada. A localidade foi uma das mais afetadas com as enchentes que atingiram a região. 

— Foi muito impactante o que nós vimos. Vimos um povo sofrido, um povo que, imagina, de uma hora para a outra você perder a sua casa, você perder amigos, você perder sua dignidade e você ter força no outro dia para reconstruir. Olhar para os seus filhos, olhar para as pessoas que estão ao leu lado passando pela mesma situação, olha, não dá. Uma coisa é você ver vídeos, imagens, escutar áudios. Outra coisa é você ir para aqueles alojamentos, é você andar pelas ruas e ver as marcas de água de barro quase que no teto das casas, visitar hospital de campanha e ver um estado praticamente dizimado — disse. 

Para a senadora, a situação do povo gaúcho não pode passar sem que se faça uma reflexão sobre o problema. É preciso buscar alternativas urgentes ao enfrentamento das crises climática e ambiental, afirmou. 

— Que essa situação do Rio Grande do Sul sirva de alerta. Nós não temos plano B. Nós não temos para aonde correr. Nós temos nossa responsabilidade e também temos nossas responsabilidades para as futuras gerações. Eu sou mãe, e temos ainda um futuro por zelar e a gente tem que ter esse compromisso, essa responsabilidade — alertou. 

A senadora informou ainda que os senadores da Comissão Temporária Externa do Rio Grande do Sul voltam ao estado, dessa vez ao Vale do Taquari, na próxima segunda-feira (3). 

Catástrofe

Alvo de um esforço nacional para reconstrução, o Rio Grande do Sul tem o desafio de reerguer sua infraestrutura com vistas a adaptar-se para novos eventos climáticos extremos. As enchentes atingiram diretamente mais de 2,3 milhões de pessoas no estado, obrigando mais de 600 mil a abandonarem suas casas. Ao mesmo tempo, a infraestrutura do estado foi severamente danificada, com destruição de estradas, pontes e alagamento até do aeroporto internacional de Porto Alegre. A proteção da capital para enchentes de nada adiantou. De acordo com os últimos dados da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, há 471 municípios afetados, tendo sido confirmados os óbitos de 169 pessoas. Além disso, há 44 pessoas desaparecidas e 806 feridas.

Dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul apontam que 90% da indústria do estado foi atingida pelas cheias, de proporções inéditas. Ao mesmo tempo, houve perda de grande parte da safra e extensas áreas agricultáveis permanecem alagadas.

Audiências públicas 

Na reunião desta quarta-feira os senadores da CMA aprovaram quatro requerimentos, três deles para realização de audiência pública. Do senador Wellington Fagundes (PL-MT), o requerimento (REQ) 24/2024 prevê um debate sobre as ações preventivas diante das projeções climáticas que indicam seca severa para o bioma Pantanal. Outro, do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), propõe audiência pública sobre os incentivos à produção sustentável de biogás e biometano a partir de resíduos da agropecuária e urbano (REQ 26/2024). Um terceiro requerimento (REQ 25/2024), da senadora Leila Barros, sugere ciclo de debates, em conjunto com a Comissão de Educação (CE), para celebrar os 25 Anos da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA). 

As datas das audiências públicas serão divulgadas posteriormente pela comissão.  

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)