Lei oficializa 3 de novembro como Dia Nacional da Saúde Única

Da Agência Senado | 08/01/2024, 13h02

Foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (8) a Lei 14.792, que cria o Dia Nacional da Saúde Única. A data, proposta no PL 1.837/2021, do senador Flávio Arns (PSB-PR), foi relatada pelo senador Paulo Paim (PT-RS).

A data, a ser comemorada anualmente no dia 3 de  novembro, estimulará a realização de ações para conscientização da sociedade sobre a relação entre a saúde animal, humana e ambiental.

O autor da proposta argumenta que a Organização Mundial de Saúde Animal estima que 60% de todas as doenças que afetam os humanos são zoonoses, ou seja, doenças infectocontagiosas transmitidas pelos animais.

“Muitas doenças podem ser melhor prevenidas e combatidas por meio da atuação integrada entre a medicina veterinária, a medicina humana e outros profissionais de saúde. A saúde única é uma abordagem que considera como humanos e animais interagem ecologicamente em um ambiente, onde qualquer alteração nestas relações provocará desequilíbrios e, consequentemente, a propagação de doenças”, afirma Arns na justificação da iniciativa.

De acordo com Paim, essa abordagem da saúde é multidisciplinar e pode ajudar a humanidade em ameaças futuras, evitando novas pandemias, por exemplo. Ele argumentou que o conceito de saúde única ainda é pouco conhecido, inclusive nos meios especializados. Ele explicou que se trata de uma abordagem integrada da saúde humana, animal e ambiental, reconhecendo suas profundas interconexões e dependências mútuas.

O relator argumentou que a medicina humana e a medicina veterinária, além de outras áreas importantes como as da ecologia e agronomia, costumam seguir trajetórias independentes, sem uma comunicação relevante entre elas, o que torna ainda mais relevante uma visão conjunta e sistêmica.

— Somente nos últimos anos é que se observou um esforço de aproximação e diálogo entre essas áreas. É justamente o conceito de saúde única, correspondente ao inglês one health, a pedra angular para buscarmos superar uma visão estanque e compartimentalizada, promovendo a abordagem multidisciplinar e abrangente das questões relacionadas à saúde e ao equilíbrio ambiental — salientou o parlamentar na Comissão de Educação.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)