Zequinha questiona forma de desintrusão da Terra Indígena Alto Rio Guamá

Da Agência Senado | 17/05/2023, 10h18

O senador Zequinha Marinho (PL-PA) chamou a atenção, em pronunciamento na terça-feira (16), para a desintrusão da Terra Indígena Alto Rio Guamá, na região nordeste do Pará, que impacta os municípios de Paragominas, Nova Esperança do Piriá, Santa Luzia, Capitão Poço e Garrafão do Norte. Desintrusão é a retirada de quem não é originário de área legalmente demarcada como indígena.

Zequinha disse se preocupar com o destino de cerca de 2 mil famílias não indígenas que moram ao longo da reserva de 280 mil hectares. De acordo com o senador, o governo não fez nenhuma estimativa de investimento, gastos e amparo a essas famílias, que estão “literalmente abandonadas à própria sorte”.

O parlamentar afirmou ser favorável à desintrusão, mas ponderou que deve ser feita com responsabilidade social. Para Zequinha, é importante que o governo dê um “destino” ao agricultor familiar carente retirado do local.  

— O governo, quando vai fazer um trabalho desse, precisa se preocupar com os efeitos daquilo que está acontecendo. Se você retira gente carente, gente pobre, ao longo de décadas e décadas, muita gente nasceu nessa região — o pai era dono da terra que passou para ele e é lá que está a sua casa, lá que está a sua produção, lá que está o seu meio de vida — e de repente tem que abandonar essa casa, tem que abandonar o seu plantio, suas frutas, mandioca, feijão, milho, arroz, tudo o que ele tinha como sustento para ir embora sem saber para onde.

O senador cobrou do Ministério da Justiça, que coordena e autoriza as ações, que realize a desintrusão de forma ordeira, humanizada e com responsabilidade social. Zequinha sugeriu que o governo federal faça uma parceria com o governo do estado para oferecer condições de sobrevivência a essas pessoas, pelo menos temporariamente, até que reencontrem uma nova atividade profissional.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)