Girão comemora criação da CPI do Narcotráfico

Da Agência Senado | 07/07/2022, 17h32

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) lembrou, em pronunciamento nesta quinta-feira (7), ter protocolado em abril o pedido de instalação da CPI do Narcotráfico. O objetivo da comissão é investigar o crime organizado e o narcotráfico e apurar a relação entre o aumento de homicídios de jovens e adolescentes no Brasil entre 2016 e 2020 e essa atividade criminosa.

— Eu protocolei há mais de dois meses e o senhor ontem [quarta-feira] fez a leitura, senhor presidente [do Senado, Rodrigo Pacheco], uma CPI assinada por 34 colegas, que alguns chamam de CPI do crime organizado ou das facções criminosas. Mas o fato é que essa comissão parlamentar de Inquérito vai investigar a expansão do narcotráfico, principalmente nas regiões do país onde os índices de violência explodiram nos últimos quatro anos.

Girão destacou números do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, segundo os quais os 14 estados mais violentos do país são das regiões Norte e Nordeste. E a campeã da violência é a cidade de São João do Jaguaribe (CE), com o índice de 224 mortes por 100 mil habitantes.

— A OMS [Organização Mundial da Saúde] considera como limite aceitável um índice de 10 mortes por 100 mil habitantes. Nos últimos 10 anos, foram assassinados 600 mil brasileiros, um número maior do que todos os mortos na guerra da Síria, que já dura 10 anos.

O senador destacou ainda reportagem da revista Veja sobre uma delação de Marcos Valério à Polícia Federal. Condenado à prisão por ter sido operador do esquema do mensalão, o publicitário relatou à PF que haveria ligação entre o Partido dos Trabalhadores (PT), o assassinato do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, em 2002, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do país.

— Em 2005, o senhor Marcos Valério entregou R$ 6 milhões a um empresário de Santo André que estaria chantageando o ex-presidente Lula, ameaçando contar detalhes sobre a ligação do PCC com o assassinato de Celso Daniel. Isso é muito grave! A nação precisa de uma resposta — disse Girão.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)