Parlasul aprova Comissão observadora das eleições no Brasil

Da Agência Senado | 06/06/2022, 19h38

Eleições 2022

O Parlamento do Mercosul (Parlasul) aprovou, nesta segunda-feira (6), o acompanhamento das próximas eleições presidenciais do Brasil, marcadas para outubro. O acompanhamento será feito pela Missão de Observação Eleitoral do Observatório da Democracia do Parlasul. A reunião ocorreu em Montevidéu, no Uruguai.

Para a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), uma das representantes brasileiras no Parlasul, um dos grandes objetivos desta Comissão é impedir o que ela chama de verdadeira ameaça: “uma avalanche de fake news, numa tentativa de descontruir e instabilizar a conquista brasileira da urna eletrônica”, que elegeu as últimas bancadas no Congresso Nacional e membros do Executivo. Ela disse que o acompanhamento da Comissão fortalece a democracia e a transparência.

De acordo com Eliziane, a proposta de acompanhamento do processo eleitoral pelo Parlasul é importante diante dos ataques à conquista brasileira da urna eletrônica, “reconhecida por vários países do mundo”. Ela elogiou o esforço do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tem atuado no sentido de promover a transparência de todo o processo eleitoral.

— É fundamental a presença do Mercosul no acompanhamento das eleições brasileiras, porque não há dúvida nenhuma de que [o Observatório] só vai constatar a segurança da urna eletrônica e a contribuição que ela significa para a democracia — afirmou a parlamentar, que também pediu mais participação feminina na política.

Na opinião do senador Humberto Costa (PT-PE), o Parlasul é um espaço de extrema relevância para a democracia e a geopolítica regional. Ele disse que as missões de observação de eleições são fundamentais para dar transparência aos processos eleitorais. O senador ressaltou que ele mesmo, na condição de membro do Parlasul, já participou de algumas dessas missões — como recentemente, no primeiro turno da Colômbia.

— É algo que respeita a autonomia dos Estados, observa o desenrolar das atividades e agrega legitimidade ao processo. São incontáveis os ganhos democráticos e as trocas de experiência promovidos por essas missões — registrou o senador.

Os senadores Lucas Barreto (PSD-AP), Nelsinho Trad (PSD-MS) e Fabiano Contarato (PT-ES), além de vários deputados federais, também participaram do encontro em Montevidéu. Segundo o deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP), o Observatório da Democracia do Parlasul tem como objetivo garantir proteção aos povos por meio da observação de eleições democráticas na região. Russomano, que é um dos vice-presidentes do Parlasul, informou que o observatório já realizou 36 missões de acompanhamento, o que garantiria sua especialidade nesse tipo de missão.

O Parlasul é um órgão democrático e legislativo da representação civil dos países do Mercado Comum do Sul. Constituído em dezembro de 2006, é composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Atualmente é presidido por Tomás Bittar, parlamentar do Paraguai.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)