Senadores esperam que próximos depoimentos à CPI tragam mais informações

Da Agência Senado | 10/08/2021, 18h57

Depois de mais de cinco horas de depoimento de Helcio Bruno de Almeida, no qual poucas perguntas foram respondidas devido a habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), senadores disseram esperar que os próximos depoimentos desta semana tragam mais informações para a CPI . 

Nesta quarta-feira (11), a CPI da Pandemia vai ouvir o diretor-executivo da farmacêutica Vitamedic, Jailton Batista. Ele deve falar sobre as vendas do “kit covid”, um conjunto de medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus. A reunião está marcada para as 9h30. 

Para a senadora Simone Tebet (MDB-MS), o depoimento de Jailton pode apontar para uma nova fase da CPI.

— Esse depoimento de amanhã começa a ter uma conexão com a segunda fase da CPI, que é: com base no negacionismo, com base no estímulo à utilização de medicamentos comprovadamente ineficazes, quem sabe, por trás, um esquema de comércio de medicamentos que não são eficazes para se levar vantagem financeira. Essa empresa foi uma das que mais conseguiu vender ivermectina na pandemia, porque muitos estimulavam. Queremos saber se era mero negacionismo ou se havia esquema para lucro, para ganhar dinheiro fácil — disse Simone Tebet.

Na opinião do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), Jailton terá a oportunidade de se defender das suspeitas que pesam sobre ele.

Na quinta-feira (12) será a vez do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR). Ele é líder do governo na Câmara e foi apontado na CPI como um dos envolvidos no esquema. 

Para Simone Tebet, o depoimento de Barros poderia ser feito mais para frente, pois a investigação da CPI sobre a empresa Precisa e o contrato para o governo comprar a vacina Covaxin ainda está no começo. Ele pontuou que o deputado poderá ser reconvidado para depor futuramente, se necessário.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou que o deputado federal foi apontado “como alguém que interferia nos processos internos de compras de insumos no MS”. 

O senador Marcos Rogério (DEM-RO) disse que o depoimento de Barros é necessário em razão das denúncias feitas à CPI contra ele pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF).

— Cabe a ele vir aqui, enfrentar os fatos e responder os questionamentos. Houve uma citação direta naquele depoimento — disse Marcos Rogério.

Girão acrescentou que a CPI vai buscar a verdade em todos os depoimentos, “doa a quem doer”. Ele também reclamou que muitos de seus requerimentos estão sendo ignorados pela CPI.

Marcos Rogério e Girão voltaram a defender que a CPI da Pandemia tem que investigar o uso dos recursos federais repassados para estados e municípios para o combate à pandemia. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)