Girão afirma que CPI revelou 'verdadeiras intenções' com prisão de Roberto Dias

Da Rádio Senado | 08/07/2021, 19h10

Em pronunciamento nesta quinta-feira (8), o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) criticou a decisão do presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), de determinar a prisão do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias.

Para ele, a prisão ocorrida na quarta-feira (7) foi arbitrária e pode ser enquadrada como um ato de abuso de autoridade de Omar Aziz. Ao mesmo tempo, revela ao país as "garras" e verdadeiras "intenções da CPI", que se transformou num espetáculo político-eleitoral, antecipando o palanque de 2022 com o objetivo de desgastar o governo do presidente Jair Bolsonaro.

— A CPI, se for de uma forma técnica, é importante, mas a gente já viu que eles só querem ver um lado. Eles não querem olhar a corrupção em estados e municípios. [Isso] está claro. [Há] quantas semanas eu venho cobrando para trazer o ministro Wagner Rosário [ministro-chefe da Controladoria-Geral da União], que já foi aprovado [o requerimento]. Ele que tem relatórios da CGU, mostrando 53 operações envolvendo desvios em estados e municípios, de bilhões de reais que o governo federal enviou. O Consórcio Nordeste, uma vergonha, empurrando com a barriga, fazendo de conta que não vê. Será que é porque tem dois ex-ministros supostamente envolvidos, ex-ministros do governo anterior, do governo Dilma [Roussef]?

Para Girão, o que deveria ter sido feito na sessão era aprovar um requerimento de acareação entre Roberto Dias e Luiz Paulo Dominguetti, representante comercial da empresa Davati Medical Supply, para apurar eventuais inconsistências no depoimento prestado por ambos.

O senador lamentou também a forma "desrespeitosa e descuidada" com que Omar Aziz se referiu às Forças Armadas, como se houvesse alguma relação entre os atos ilícitos praticados por algumas pessoas e a instituição. Segundo Girão, o presidente da CPI somente mudou o tom de sua declaração depois de ser alertado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES).

— Mas ficou a marca. E não é momento de acirramento. É momento de união, de serenidade. Mas a sanha pelo poder é muito grande. Virou algo "vingança pessoal" essa CPI. E isso não é saudável para a democracia.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)