Paim afirma que retomada do auxílio-emergencial é questão humanitária e justa

Da Redação | 10/02/2021, 15h36

Em pronunciamento nesta quarta-feira (10), o senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que a vulnerabilidade da população brasileira ficou explícita, com as crises econômica e social resultantes da pandemia de covid-19. Por isso, ele considera que a retomada do pagamento do auxílio-emergencial é uma questão humanitária e justa, diante de um cenário, segundo o IBGE, com mais de 14 milhões de desempregados e 60 milhões de pessoas vivendo na pobreza e extrema pobreza.

Paim lembrou que a Fundação Getúlio Vargas já alertava, em 2020, que 38 milhões de brasileiros, especialmente os de baixa renda e pouca escolaridade, ficariam desamparados com o fim do auxílio-emergencial. Pelos cálculos do senador, o número de atingidos chegará a 100 milhões de pessoas, ao incluir nessa contabilidade os dependentes dos beneficiários.

— "Com o fim do auxílio-emergencial, 12,8% da população está vivendo com R$ 246 por mês, ou seja, R$ 8,2 por dia. O Brasil precisa urgentemente manter o auxílio-emergencial. Não podemos fechar os olhos a este cenário de horror. Pessoas estão passando fome.".

O senador apontou ainda que, além de retomar o pagamento do auxílio-emergencial, é preciso seguir o exemplo da França, que aprovou uma lei intitulada "Robin Hood" para favorecer os mais pobres.

Nesse sentido, ele defendeu o PL 4.194/2020, que regulamenta a lei 10.835/2004, oriunda de uma proposta do ex-senador Eduardo Suplicy. Por essa norma, foi instituída a Renda Básica de Cidadania, com o objetivo de garantir às famílias as condições mínimas para a cobertura de despesas com alimentação, saúde e educação. Pelo texto, disse Paim, o valor a ser pago a cada pessoa levará em consideração o grau de desenvolvimento do país e a situação orçamentária. 

— Em face da concentração de renda, da precariedade do trabalho, do desemprego e da miséria no Brasil, precisamos de uma lei Robin Hood ou de uma lei Suplicy. Os índices de fome, que até estiveram em declínio no Brasil a partir de 2003, voltaram a crescer. Hoje estão explodindo. É só ver o preço do arroz, do feijão, da carne e do açúcar. Não há nada mais triste para um pai, para uma mãe, que não ter comida para alimentar um filho. Isso é humilhante, é indecente, é a tragédia humana" — destacou.

Além de ter provocado a morte de mais de 230 mil brasileiros e o fechamento de empresas, a pandemia também pode deixar de fora do mercado de trabalho 17% da população economicamente ativa, de acordo com o Santander, disse o senador, ao lamentar ainda que há 35 milhões de trabalhadores na informalidade, sem qualquer direito assegurado.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)