Simone Tebet defende Senado independente e representação política da mulher

Da Redação | 01/02/2021, 18h44

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) declarou, durante discurso de campanha nesta segunda-feira (1º), que se eleita fará um "trabalho coletivo" a favor do Brasil, para que os parlamentares, juntos, ofereçam ao país um novo pacto político. A senadora reiterou seu compromisso com um Senado independente. Apesar de filiada ao MDB, a senadora disputa o cargo para o biênio de 2021/2022 de forma independente. Se vencer, Simone Tebet será a primeira mulher presidente do Senado na história.

— Não tenho nada a oferecer, a não ser o trabalho coletivo de todos nós igualmente a favor do Brasil. Ser presidida por esta Casa, para que possamos juntos oferecer ao Brasil um novo pacto político. Um pacto político sem as lentes embaçadas dos interesses individuais ou de grupos — afirmou.

Ao falar sobre a independência institucional, um de seus pilares para presidir o Senado, Simone Tebet destacou que isso é crucial para combater as tentativas de abuso de poder. 

— Independência não para fazer oposição, mas para que possamos exercer o nosso dever constitucional de legislar e fiscalizar os demais poderes. Legislar visando ao interesse público, ao interesse da população brasileira; fiscalizar os demais poderes para que sejamos, sim, o freio e contrapeso a qualquer tentativa de abuso de poder vindo de quem quer que seja, seja qual for o governo, seja qual for o Poder — disse.

Representação política da mulher

Simone Tebet declarou sentir um "misto de tristeza e indignação" ao perceber que, em mais de 190 anos de história, é a primeira candidata à Presidência da Casa. A senadora solicitou um processo legislativo firme para combater o feminicídio e intensificar a representação política da mulher brasileira.

— Tão importante quanto uma mulher naquela cadeira é vermos as mulheres tendo voz e tendo vez no colégio de líderes, com a bancada feminina, nas comissões, na ordem dos oradores e que nós não tenhamos apenas o mês de março para avançarmos com a pauta feminina, que não é nossa, é da família brasileira, portanto é de toda a população brasileira — afirmou.

Prioridades

Simone declarou que está entre as suas prioridades no Senado “remar” pela imunização urgente da população contra a covid-19; pela retomada imediata do auxílio emergencial; pelas "reformas estruturantes", principalmente a tributária; pelo fortalecimento da educação; pela representação política da mulher brasileira; e pela Federação. Além de garantir o direito de líderes e liderados, atualizar o Regimento Interno do Senado e o compromisso com a transparência.

A parlamentar observou que não teve apoios políticos oficiais durante a campanha, mas agradeceu os apoios “espontâneos e legítimos” vindos dos diversos segmentos da sociedade e dos parlamentares da Casa. Ela aproveitou ainda para homenagear o senador Arolde de Oliveira e todas as 225 mil vítimas do coronavírus.

Simone Tebet agradeceu e prestou homenagem ao seu pai e ex-presidente do Senado, Ramez Tebet (1936-2006), que a inspirou e a levou à política. "Tudo se ganha com debate, na força do argumento e construção do entendimento”, disse a senadora, citando seu pai.

Trajetória

Simone Tebet é advogada. Ela iniciou a carreira política em 2002, como deputada estadual, após trabalhar 12 anos como professora universitária. Em 2004, foi a primeira mulher eleita para o executivo municipal e em 2008 foi reeleita para a prefeitura de Três Lagoas (MS). Também foi a primeira mulher a assumir o cargo de vice-governadora de Mato Grosso do Sul, na gestão do então governador André Puccinelli, em 2011. Foi ainda secretária de governo entre abril de 2013 e janeiro de 2014.

Ela foi eleita pelo MDB para o Senado em 2014. Tebet também foi a primeira mulher a liderar o MDB no Senado, em 2018. A senadora é a atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e é a primeira mulher eleita para exercer tal função.

Na eleição para a Presidência do Senado em 2019, Simone chegou a ser cotada como pré-candidata. Concorreu dentro da bancada do MDB, mas, por 7 x 5, Renan Calheiros (MDB-AL) então foi escolhido pelo partido para concorrer com os demais candidatos em Plenário. No meio do processo de votação, Renan desistiu da disputa e Davi Alcolumbre foi eleito presidente da Casa.

Disputa pela Presidência

De acordo com a secretaria-geral da Mesa, será eleito o candidato que receber a maioria absoluta dos votos, ou seja, 41 votos. Com a ausência por licença dos senadores Chico Rodrigues licença e Jaques Wagner, além de Jarbas Vasconcelos que apresentou sintomas gripais, o quórum total para eleição desta segunda-feira é de 78 senadores.

Simone concorre à Presidência do Senado contra o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Os senadores Jorge Kajuru (Cidadania-GO), Major Olimpio (PSL-SP) e Lasier Martins (Podemos-RS) abriram mão da candidatura em apoio a Simone Tebet.

De Maria Moura, sob supervisão de Paola Lima

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)