Senadores destacam o Dia da Abolição da Escravatura e pregam o fim do preconceito racial
Da Redação | 13/05/2020, 18h20
A luta contra o preconceito e discriminação de raça foi lembrada por senadores nesta quarta-feira (13), dia da Abolição da Escravatura no Brasil. A data marca o dia em que foi promulgada a Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel em 1888, que pôs fim à escravidão no país.
Para os senadores, a data deve ser de conscientização e combate ao racismo. A situação de desigualdade sofrida pelos negros também foi lembrada pelos parlamentares.
O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que o povo negro continua largado à própria sorte. Para ele, a situação é ainda mais grave em tempos de pandemia.
— Banidos da cidadania, vivendo em cativeiro, sem emprego e renda, sem moradia digna, sem escolas, sem atendimento adequado de saúde. Os negros são vítimas da fome, da miséria e da pobreza — disse.
O senador Wellington Fagundes (PL-MT) declarou que a verdadeira abolição da escravatura no Brasil só acontecerá com mais educação e com o fim do preconceito.
— A escravidão só acaba quando não existe racismo. O racismo dificulta o acesso à cidadania da população negra, que infelizmente ainda ocupa as classes mais pobres da sociedade pela herança escravocrata — ressaltou.
O senador Alvaro Dias (Podemos-PR), o dia da Abolição da Escravatura afirmou que a data de responsabilidade social.
— Que esta data nos torne mais conscientes e que possamos compreender que todos somos iguais. Diga não ao preconceito racial. Respeite o próximo — enfatizou.
Mesmo opinião tem a senadora Zenaide Maia (Pros-RN), para quem a data em que se comemora a abolição da escravatura deve ser um dia para reflexão, sem celebrações.
— Afinal, mais de três séculos de escravidão deixaram heranças como o racismo e a vulnerabilidade social e econômica para os negros em nosso país — declarou.
Protesto
O senador Humberto Costa (PT-PE), por sua vez, lembrou que de 12,5 milhões de embarcados nos navios negreiros quase nenhum teve a oportunidade de voltar à África.
—1,8 milhão de escravos morreram na travessia da África para o Brasil. O Brasil foi o maior território escravista do Ocidente por três séculos. Não esqueçamos — enfatizou Humberto.
A falta de oportunidade para a população negra é motivo, segundo o senador Paulo Rocha (PT-PA), para marcar a data com protesto e não com comemoração.
— Há 132 anos, a Lei Áurea foi assinada. Porém, até hoje não foi dada à população negra uma inserção mais digna na sociedade. Nos nossos governos tentamos diminuir esse abismo. Isso incomodou muita gente, incomoda até hoje. Mas ninguém pode parar a revolução — indagou.
Os senadores Sérgio Petecão (PSD-AC) e Telmário Mota (Pros-RR) também lembraram a data. Para Telmário, “não basta estar em liberdade, é necessário estar livre do preconceito e da discriminação”.
Para Rogério Carvalho (PT-SE), o n[umero 13 (do Partido dos Trabalhadores) sempre foi um problema para os escravistas, misóginos e racistas do país.
— Nós do PT seguimos na luta para que todos sejam livres, com igualdade, soberania e justiça social — declarou Rogério.
Leis abolicionistas
A emancipação dos escravos aconteceu de forma gradual. Em 1850, foi assinada a primeira lei abolicionista, a Lei Eusébio de Queirós que proibiu a entrada de escravos africanos no Brasil. Em 1871, a Lei do Ventre Livre que determinou que os filhos de escravos deveriam nascer livres. Já em 1885 entrou em vigor a Lei do Sexagenário que tornou livre os escravos com mais de 60 anos. Somente depois de 38 anos, em 1888, foi decretado definitivamente o fim da escravidão, por meio da Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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