Paim afirma que Brasil continua em débito com os negros

Da Rádio Senado | 13/05/2020, 15h59

O senador Paulo Paim (PT-RS) destacou, em pronunciamento nesta quarta-feira (13), que o Brasil continua em débito com os negros, mesmo após 132 anos da abolição da escravatura, em 13 de maio de 1888.

— A dívida com os descendentes de escravos ainda não foi paga. O povo negro continua largado à própria sorte e banido dos capítulos da cidadania e da inclusão social. Continua vivendo em cativeiro, sem emprego e renda, sem moradia digna, sem escola, sem atendimento adequado na área da saúde. São vítimas da fome, da miséria, da pobreza, sem um mínimo de dignidade.

Para o senador, as poucas políticas públicas voltadas ao povo negro estão sendo terminadas ou "jogadas para baixo do tapete", como o sistema de cota e o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288, de 2010). 

Paim afirmou que a cada três mortes por covid-19, uma é de um brasileiro negro. Segundo o senador, esse dado está ligado à desigualdade social, pois são pessoas que vivem em comunidades carentes, sem o mínimo de saneamento básico. Ele também lembrou que 67% dos brasileiros que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) são negros.

O senador afirmou que, entre as propostas que apresentou para ajudar no combate ao coronavírus, está o PL 2.179/2020, que obriga os órgãos e instituições de saúde a promover o registro e cadastramento de dados etno-raciais, como idade, gênero, deficiência e localização.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)