Para Paulo Rocha, economia baseada em commodities reforça desigualdade social
Da Rádio Senado | 18/11/2019, 18h52
O senador Paulo Rocha (PT-PA) afirmou nesta segunda-feira (18) em Plenário que o desenvolvimento do país foi pensado de forma elitista. Ele ressaltou a desigualdade social vivida entre os cidadãos e a desigualdade econômica entre os estados. E lembrou que o Pará, uma das regiões mais ricas do mundo, sofre com grande desigualdade e pobreza. Para o senador, é preciso "verticalizar" a economia e ir além da exportação de commodities como o minério de ferro, por exemplo.
— Há diferenças regionais. Há um Sul do Pará, por exemplo, onde está o minério, que já está em pleno desenvolvimento, mas há uma região chamada Região do Marajó, que tem o menor IDH do Brasil. Então, esta concepção de desenvolvimento de um país rico, mas com um povo pobre, é que gera essa situação do nosso país: desemprego, violência nas grandes cidades — disse.
O senador mencionou a preocupação do povo da região com a criação de uma hidrovia para escoação do minério entre Marabá e Porto de Belém. Ele disse que o povo paraense está "traumatizado" com os chamados “corredores de exportação”. Paulo Rocha explicou que já existe um trem que sai no meio da floresta com minérios e, segundo ele, o povo ouve apenas o apito do trem.
— E as nossas riquezas vão embora in natura lá para a China, onde se vão agregar valores de geração de emprego, de criação de impostos — disse o senador.
Para Paulo Rocha, é preciso uma política de exportação, mas também uma "verticalização" das nossas riquezas. O senador disse ser necessário que os minérios passem, por exemplo, pela metalurgia.
— E, depois, com o aço, a produção do aço, pode chamar plantas, outras plantas de produção de carro, de fogão, de geladeira etc. Porque vivem, na Amazônia, 22 milhões de brasileiros, que precisam de trabalho, que precisam de renda, para poderem viver bem, viver dignamente — declarou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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