Sindicalistas criticam fim da aposentadoria especial para atividades perigosas
carlos-penna-brescianini | 22/10/2019, 18h16
Líderes sindicais criticaram nesta terça-feira (22) um dispositivo da reforma da Previdência (PEC 6/2019) que pode acabar com a aposentadoria especial dos trabalhadores expostos a periculosidade. Os sindicalistas participaram de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH). Para o ex-presidente do sindicato dos vigilantes do Distrito Federal, deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF), a mudança é “extremamente grave”.
— A questão é que estão colocando na Constituição que é proibido ter a periculosidade. Isso faz com que todos que exerçam atividades perigosas percam o adicional de 30% por risco, como também percam a possibilidade de se aposentarem com 25 anos de contribuição. Como é que uma pessoa que exerce um trabalho de risco irá trabalhar 40 anos e se aposentar com 65 anos? Eletricitários, vigilantes e outros não conseguirão se aposentar.
Outro tema que permeou os debates foram as manifestações populares no Chile. Nas últimas duas semanas, 15 pessoas morreram em protestos que se iniciaram contra o aumento do preço da passagem do metrô de Santiago. O presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), disse que o Chile enfrenta hoje o que o Brasil deve passar com a aprovação da reforma da Previdência.
— Os senadores ainda não entenderam que as reformas realizadas no Chile, que desmontaram o sistema de previdência social solidária como o que está sendo aprovado no Brasil, agora estão causando os protestos. O Chile era o modelo. Agora, o governo está chamando os partidos para ouvir propostas para desfazer o modelo. São idosos que recebem meio salário mínimo como aposentadoria, são jovens que não vêm futuro. O Brasil não precisaria passar por isso, mas deverá passar com a aprovação da PEC 06/2019.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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