Holocausto precisa ser lembrado para não ser repetido, ressalta Jaques Wagner

Da Redação | 07/05/2019, 18h52

O senador Jaques Wagner (PT-BA) chamou atenção nesta terça-feira (7), durante pronunciamento em Plenário, para o Dia da Lembrança do Holocausto e da Bravura — Yom HaShoá, para os judeus — lembrado durante desde o anoitecer de 1º de maio até o pôr do sol do dia 2 de maio.

— Essa data foi escolhida pelo Museu Yad Vashem, localizado em Jerusalém, para a realização das cerimônias em memória dos judeus assassinados na Europa conquistada pelo exército alemão. Em Israel, essa data é um feriado, aprovado pelo Parlamento israelense no final da década de 50, para que todos possam rememorar juntos essa tragédia que se abateu sobre a humanidade. Outros milhares conseguiram sobreviver, com um custo muito alto de saúde física e mental, pois muitos traumas foram experimentados, deixando sequelas para o resto da vida. O Holocausto é a culminância da barbárie da Segunda Guerra Mundial — explicou o senador.

Lembrar a data, disse Jaques Wagner, serve para educar a população e impedir que atos de crueldade como os perpetrados no Holocausto não se repitam. É uma data que auxilia na conscientização das pessoas quanto ao fim do preconceito, da discriminação, na redução do discurso de ódio, no combate à intolerância religiosa, ao antissemitismo e de todas as formas de preconceito, disse Jaques Wagner.

— Temos a convicção de que é necessário manter vivo na memória da civilização o que foi o Holocausto e educar as gerações atuais e as futuras para a prevenção de que nunca mais aconteça nada parecido com nenhuma etnia, nenhuma nação, nenhum povo — afirmou.

O senador sublinhou que no último Yom HaShoá as torres do Congresso Nacional, em Brasília, foram iluminadas com a frase: "Holocausto nunca mais", uma "expressiva e significativa homenagem da sociedade brasileira", por uma iniciativa da Confederação Israelita do Brasil, que recebeu a acolhida do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e do Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Rodrigo Maia.

Sobreviventes

Jaques Wagner lembrou ainda que nas últimas décadas tem aumentado o número de memorais e museus construídos pelas comunidades judaicas espalhadas pelo mundo, como na Argentina, França, Inglaterra, Áustria, Alemanha, Holanda, Estados Unidos, Polônia e Rússia. No Brasil, há dois equipamentos públicos e comunitários: o Museu do Holocausto, em Curitiba, o Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto e, em breve, o Museu Judaico, ambos localizados em São Paulo. O Rio de Janeiro também terá seu memorial.

— Todas são formas legítimas de honrar aqueles levados à morte, apenas porque pertenciam a um determinado grupo, em nome de uma suposta raça pura. O número de sobreviventes do holocausto no mundo inteiro está minguando. Eles nos estão deixando, e aqueles que ainda estão com vida atingem a faixa etária de 85/95 anos. Certamente, num futuro próximo, a falta de sobreviventes será sentida e, ao mesmo tempo, ela nos obrigará a contar apenas com suas histórias de vida e testemunhos abrigados em museus, memoriais e projetos educativos — disse o senador.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)