Collor aponta falhas em conferência sobre paz e segurança no Oriente Médio

Da Redação | 19/02/2019, 20h45

Em pronunciamento nesta terça-feira (19), o senador Fernando Collor (Pros-AL) lamentou a ausência de sírios e libaneses, entre outros povos, em conferência internacional realizada em Varsóvia nos dias 14 e 15 de fevereiro para discutir paz e segurança no Oriente Médio.

Collor explicou que o encontro, copatrocinado pelos Estados Unidos, excluiu de seus debates um “interlocutor incontornável” na geopolítica da região: o Irã, fato que se desdobrou na ausência de outros “parceiros imprescindíveis” à discussão a que o evento se propunha.

O senador ressaltou que, no mesmo período da conferência na Polônia, era realizada em Sótchi, na Rússia, uma reunião entre os presidentes russo, turco e iraniano, justamente para discutir o processo de estabilização e paz na Síria, “talvez este o maior desafio imediato no Oriente Médio”.

— Os Estados Unidos já anunciaram a retirada de suas tropas do território sírio. Deverão, portanto, reorganizar o seu espaço de influência na região. Então, pergunto, sobre a conferência de Varsóvia: qual a seriedade de uma discussão sobre segurança e paz no Oriente Médio sem a participação de iranianos, sírios, libaneses, palestinos, turcos, russos, chineses? Quais os duvidosos interesses por trás de uma reunião mascarada de debate pela paz e pontuada por declarações de guerra? — questionou.

Na “visão ingênua e equivocada da atual administração norte-americana”, disse Collor, a paz no Oriente Médio não apenas poderia prescindir de negociações com o Irã, como passaria mesmo pela anulação daquele país no tabuleiro complexo da geopolítica regional.

O governo norte-americano, afirmou Collor, “erra na estratégia e no diagnóstico”, pois foi justamente no Irã que se logrou avanço mais relevante no passado recente para a redução das tensões e construção de ambiente de confiança na região. O senador referiu-se ao acordo nuclear assinado em 2015 pelo Irã e Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China (os cinco países que compõem o Conselho de Segurança da ONU), com aval da Alemanha e União Europeia.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)