Bancada feminina faz primeira reunião para definir pauta prioritária

Da Redação | 19/02/2019, 19h00

A primeira reunião da bancada feminina do Senado, nesta terça-feira (19), foi o passo inicial que as doze senadoras deram para ocupar mais espaços na Casa, desde a participação nas comissões até a luta por uma pauta de interesse das mulheres. Projetos prontos para a votação no Plenário ou em tramitação serão apresentados como prioridade para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

Dentro da chamada pauta positiva, a igualdade de gênero aparece como tema importante que a bancada quer ver avançar no Senado.

— Nós vamos priorizar junto com o presidente as lutas das mulheres que muita gente não conhece, projetos que ficam engavetados por muito tempo, porque tem problemas de concepção, de valores de cada um, de ideologias, e a gente quer aplainar essa questão de gênero — explicou a senadora Rose de Freitas (MDB-ES), que participa de sete comissões nesta legislatura.

Bertha Lutz

Para fazer valer os direitos femininos na legislação brasileira, as reuniões da bancada serão semanais. A partir da próxima terça-feira (26), as senadoras devem escolher a Procuradora Especial da Mulher e preparar a programação das atividades do Dia Internacional da Mulher, incluindo a entrega do Prêmio Bertha Lutz entre 14 e 18 de março.

Nesta terça, cada integrante da bancada sugeriu dois nomes de mulheres para serem agraciadas na premiação promovida anualmente pelo Senado. Esses nomes serão avaliados pelo Conselho do Diploma Bertha Lutz, que escolhe mulheres atuantes na arte, cultura, política, ciência e diversas outras áreas, para serem homenageadas pela sua contribuição para a defesa dos direitos femininos e das questões de gênero no país.

As senadoras também estão preparando uma surpresa para o mês da mulher, quando deverão destacar a trajetória de parlamentares brasileiras no Senado, na Câmara dos Deputados e assembleias legislativas por todo o país.

Propostas

Senadora eleita para o primeiro mandato, Daniella Ribeiro (PP-PB) quer trazer experiências de seu estado para contribuir na luta pela pauta feminina. Uma das iniciativas é o Fórum Todas por Uma, uma rede de mulheres e instituições que alcançaram várias conquistas.

— Às vezes com questões que nem sempre são das mulheres, mas que refletem na vida delas, como por exemplo, filhos com doenças raras. Nós conseguimos ter o primeiro caso de ganho na Justiça com relação ao medicamento Spinraza para uma menina chamada Laíssa Guerreiro. Eu acredito que essa experiência, que pretendo trazer para cá, possa envolver o país como um todo — destacou Daniella.

Como médica, a senadora Zenaide Maia (Pros-RN) disse que se sensibilizou com a situação de idosas e de mães de família, pessoas de baixa renda, que podem vir a sofrer com as reformas previstas pelo governo. Mulheres que ela pretende defender.

— É o caso do Benefício de Prestação Continuada. Você sabe o que é uma mãe ter um filho tetraplégico, que ganha um salário mínimo? A proposta que vem aí é para ser menos ainda. Tem que mudar muito o que está previsto aí e tem que começar pela parte mais frágil, mais vulnerável – avaliou, referindo-se à Reforma da Previdência.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)