Constituinte errou ao não definir dinheiro para a saúde, diz Humberto Costa

Da TV Senado | 28/06/2018, 18h32

No ano em que o SUS, maior sistema público de saúde do mundo, faz 30 anos, o ex-ministro da Saúde, senador Humberto Costa (PT-PE), diz que os parlamentares constituintes erraram ao não definirem recursos para a saúde de forma clara na Constituição. Em entrevista ao programa Salão Nobre, ele afirma que o SUS é subfinanciado.

— Um sistema público, universal e gratuito do tamanho desse precisa ter um financiamento maior do que temos hoje — defendeu.

Enquanto a França aplica 11,5% do Produto Interno Bruto (PIB) na saúde; o Canadá, 10,4% e o Reino Unido, 9,1%, o Brasil gasta 8,3% do PIB, dos quais 2% de recursos federais e 6,3% de estados e municípios.

— Estados e municípios que estão na linha de frente do atendimento terminam sendo obrigados a aplicar cada vez mais recursos, porque o governo federal tem reduzido sua participação — apontou Humberto.

O senador também cita como problemas as dívidas de hospitais filantrópicos e os recursos que os planos de saúde deveriam ressarcir ao SUS.

— Existem muitos procedimentos que acontecem apenas no SUS e terminam funcionando como subsídio indireto aos planos de saúde.

Além do ressarcimento, o ex-ministro da Saúde defende a volta da Contribuição sobre Movimentação Financeira (CPMF), mais conhecida como imposto sobre o cheque, que vigorou entre 1997 e 2007.

— A CPMF é um imposto que não atinge os mais pobres — argumentou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)