Investimento espanhol é responsável por mais de 100 mil empregos no Brasil, informa diplomata

Da Redação | 13/06/2018, 16h07

A Espanha é o segundo maior investidor externo na economia brasileira, com um estoque que já se aproxima de U$ 70 bilhões. A informação foi dada pelo diplomata Pompeu Andreucci durante sabatina nesta quarta-feira (13) na Comissão de Relações Exteriores (CRE), que aprovou a indicação dele para a chefia da embaixada brasileira em Madri. A análise da indicação do diplomata segue agora ao Plenário.

Ainda referindo-se à relevância da relação econômica Espanha-Brasil, o diplomata ressaltou que empresas espanholas já respondem por mais de 100 mil postos de trabalho diretos e indiretos no país. O fluxo anual do comércio bilateral já chega a U$ 7 bilhões, com um superávit brasileiro de U$ 1,96 bilhão, segundo dados de 2017.

Catalunha

Os senadores questionaram Andreucci sobre o atual momento político por que passa a Espanha, marcado pela ascensão do socialista Pedro Sanchez ao posto de primeiro-ministro e pelo fortalecimento do movimento independentista na Catalunha. No que se refere à Catalunha, Andreucci deixou claro que a posição oficial do Brasil é de que a Espanha deve manter-se unida, o que coincide com a diretriz do novo governo espanhol.

— Recusamos absolutamente a independência da Catalunha, e o Itamaraty explicitou isto por meio de nota oficial no dia 27 de outubro, quando houve uma declaração unilateral por parte desta região. Nossa posição é de que deve ser respeitada a Constituição da Espanha, que os diálogos se deem nesta base, voltada para a preservação da unidade.

Sobre a ascensão de Sanchez, Andreucci disse que mesmo que o novo primeiro-ministro adote uma política econômica mais intervencionista, não deverá se afastar dos cânones europeus relacionados à responsabilidade fiscal. Acrescentou que a nova gestão teve uma recepção positiva por parte dos mercados internacionais, a despeito de naturais questionamentos nos primeiros dias. Sanchez assumiu o cargo em 2 de junho.

Por fim, em resposta à Ana Amélia (PP-RS), o diplomata garantiu que uma de suas prioridades será aprofundar as negociações relativas à exportação de carnes brasileiras. As negociações serão feitas tanto com as autoridades espanholas, quanto no âmbito da União Europeia, uma vez que o bloco tem tomado posições de embargo. Para Andreucci, o desafio passa pela adoção, pelos europeus, de padrões baseados em protocolos científicos internacionais, pois há a compreensão por parte do Itamaraty de que o que está realmente em jogo é a disputa de mercado.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)