Sessão temática: participação social será o destaque do Fórum Mundial da Água, dizem organizadores

Sergio Vieira | 22/02/2018, 17h35

A oitava edição do Fórum Mundial da Água terá um caráter mais inclusivo, com ampla participação de movimentos sociais, disse nesta quinta-feira (22) Ricardo Andrade, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) e também secretário-executivo do evento internacional, Ele foi um dos participantes da sessão temática sobre o assunto realizada no Plenário do Senado.

Mais de 60 mil ativistas, representando cerca de duas mil organizações de todo o mundo, já participaram das reuniões preparatórias ao Fórum, que será realizado entre 18 e 23 de março em Brasília e abarcará 283 eventos.

Presidente da subcomissão de senadores que participará do Fórum, Jorge Viana (PT-AC), que propôs a sessão temática, ressaltou que uma de suas prioridades será incluir ao máximo a participação do Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama) no evento oficial. O Fórum Alternativo também será organizado em Brasília, entre 17 e 22 de março.

— Que bom que o Fórum oficial está com este enfoque mais inclusivo agora. Trabalharemos para que o Fórum Alternativo participe ativamente do evento oficial, eles são o complemento perfeito, porque estas entidades são extremamente representativas — afirmou Jorge Viana.

O senador vê o compartilhamento dos recursos hídricos em nível mundial como o grande tema da geopolítica, devido a seu impacto nas mudanças climáticas e nas condições de vida da população do planeta.

Ele lembrou que segundo estimativas da ONU, cerca de 2 bilhões de pessoas estarão vivendo em 2025 em regiões com grave escassez de água. Um quadro que pode descambar para conflitos pelo controle dos recursos hídricos, na ausência de mecanismos eficazes de compartilhamento, disse Jorge Viana. Ele afirmou que, no caso do Brasil, é preciso compartilhar a água entre as diferentes regiões, já que muitas delas sofrem com a falta de recursos hídricos.

O senador Lasier Martins (PSD-RS) destacou a importância da água para o agronegócio, e também sugeriu que a ANA priorize o desenvolvimento de tecnologias de dessalinização. Em resposta ao senador, Ricardo Andrade lembrou que especialmente o Ceará e o Rio Grande do Norte têm avançado em políticas direcionadas à dessalinização da água do mar.

Economia

Paulo Salles, diretor da Agência Reguladora de Águas do Distrito Federal (Adasa), ressaltou a importância econômica da água.

— É preciso entranhar na sociedade a consciência de que a água não é uma temática só ambiental. Um relatório da ONU deixa claro que três quartos dos postos de trabalho no mundo dependem que haja acesso normalizado à água para que possam ser viabilizados — disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)