Economia de baixo carbono é viável, dizem participantes de audiência

Da Redação e Da Rádio Senado | 10/10/2017, 20h13

A economia de baixo carbono já contabiliza investimentos significativos em países como França e Alemanha e vem ganhando impulso no Brasil. Os países buscam investimentos cada vez maiores nesse tipo de economia para cumprirem o Acordo do Clima, firmado em 2015, durante a COP 21, na França. Nele, mais de 190 países se comprometeram a reduzir significativamente suas emissões de gases de efeito estufa.

Durante debate na Comissão Mista de Mudanças Climáticas, nesta terça-feira (10), o embaixador da Alemanha no Brasil, Johann Witshel, afirmou que é possível movimentar a indústria dentro de um contexto de energia limpa, e que o país dele vem investindo cada vez mais nessa realidade.

— Quando falamos que o nosso objetivo é uma descarbonização da economia, não significa desindustrialização, mas sim modernização. Proteção climática já é um motor da economia. Na Alemanha temos agora mais emprego na greeneconomy, economia verde, do que no setor automobilista — explicou.

O embaixador do Marrocos, Nabil Adghoghi, afirmou que a meta do país é atingir a marca de 52% do seu abastecimento em energias limpas até 2030 e reconheceu que a Conferência da ONU sobre Mudança do Clima, sediada no Marrocos em 2016 impulsionou a transição energética do país. Já o ministro-conselheiro da embaixada da França, Gilles Pecassou, lembrou que a Lei de Transição energética do país prevê 75% da matriz energética limpa no país até 2050.

Ao afirmar que o Brasil pode movimentar cerca de R$ 950 bilhões nessa nova economia de baixo carbono, o secretário de Mudança do Clima do Ministério de Meio Ambiente, Everton Lucero, pediu mais envolvimento neste tema das áreas econômicas e de planejamento do governo.

— [É preciso] convencer mais as autoridades nacionais da área econômica e financeiras de que esse é um tema relevante e que precisa migrar para a centralidade das decisões econômicas e financeiras do país. Não pode mais continuar sendo considerado como uma externalidade ambiental — afirmou.

O presidente da comissão Mista de Mudanças Climáticas, Jorge Viana (PT-C), confirmou que a comissão vai promover um evento durante  a COP 23 para debater como o Congresso Brasileiro pode contribuir com o cumprimento das metas do Acordo de Paris pelo Brasil. A Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas acontece entre os dias 6 e 17 de novembro, em Bonn, na Alemanha.

Da Rádio Senado

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)