Paulinho da Força pede que Senado corrija equívocos da reforma trabalhista

Da Redação | 11/05/2017, 12h16

O Senado Federal precisa fazer reparos ao projeto de lei da Câmara (PLC) 38/2017, a chamada Reforma Trabalhista, para corrigir equívocos “impressionantes” do texto. Foi o que defendeu o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, presidente da Força Sindical, na Sessão Temática feita nesta quinta-feira (11) para debater o projeto.

Entre o que chamou de equívocos, Paulinho da Força apontou a “onda” contra o movimento sindical, mas que enfraquece apenas os sindicatos de trabalhadores ao permitir a criação de comissões no interior das empresas e em cuja composição os patrões poderão opinar, com o intuito de fazer a livre negociação dos salários. Enquanto isso, nada é alterado nos sindicatos patronais, apontou.

— O Senado precisa corrigir, senão destrói a organização dos trabalhadores, o que nem a ditadura conseguiu. O que faremos na tal da democracia é destruir a organização dos trabalhadores, criar milhões de sindicatinhos e defender a livre negociação — afirmou.

De acordo com o deputado, ninguém lembra que os recursos arrecadados com o imposto sindical não vão apenas para os sindicatos de trabalhadores. Em 2016, eles receberam R$ 2,172 bilhões, mas os patronais receberam R$ 770 milhões e o Ministério do Trabalho, outros R$ 582 milhões. Os recursos dos patronais podem até ser direcionados ao Sistema S, em tese em prol dos trabalhadores, mas ele frisou a dificuldade que é matricular-se em um desses cursos, tanto pela concorrência quanto pela mensalidade cobrada. Sem contar na destinação para outros fins, como a construção de prédios que, depois, são alugados para o poder público e cujo dinheiro não é revertido para o trabalhador.

Paulinho ainda criticou quem acusa o país de ter muitos sindicatos, pois o Brasil é um país continental. Eles defendem a categoria, não os associados, negociam para todo mundo, sócios e não sócios, e graças às negociações coletivas, 52% dos trabalhadores tiveram reajustes acima da inflação em 2016.

— Os sindicatos que todos falam que não servem pra nada é que aumentam os salários todos os anos. Garantimos o mercado interno para fazer a economia girar — opinou.

Outros pontos da reforma foram condenados pelo parlamentar: a contratação por Pessoa Jurídica, que vai diminuir a formalização e a arrecadação do governo; a jornada intermitente, que impõe pagamento de multa se o trabalhador não conseguir comparecer ao trabalho quando convocado; o pagamento de indenizações em espécie, dentro das empresas; a possibilidade de acordo, com saque de uma parte dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que vai minar o dinheiro do fundo, segundo Paulinho.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)