Cristovam comemora eleição de Macron na França e vê lições para o Brasil

Da Redação e Da Rádio Senado | 08/05/2017, 17h37

A vitória do candidato de centro Emmanuel Macron nas eleições para presidente da França, derrotando a candidata de extrema direita Marine Le Pen, por 66%  contra 33% dos votos, foi comemorada nesta segunda-feira (8) em Plenário pelo senador Cristovam Buarque (PPS-DF). Para ele, a surpreendente ascensão de Macron, de 39 anos, também escancara a crise dos partidos e das instituições e a busca dos jovens por alternativas políticas e econômicas.

Na análise de Cristovam, a vitória de Macron confirma que os partidos não representam mais a maneira única, ou principal, de fazer política. Pois, para ser candidato, ele deixou o partido ao qual pertencia e fundou uma espécie de partido, que na verdade é um movimento, é uma plataforma pela França. "É uma coisa quase provisória e de movimento, não de organização partidária", observou o senador.

Cristovam comparou e contrapôs a vitória de Macron, um nome fora dos partidos tradicionais franceses, com a ascensão de Donald Trump nos Estados Unidos. A diferença, diz Cristovam, é que Macron não subverteu um partido, como teria feito Trump, e resistiu à tentação do populismo e do retrocesso, apresentando uma agenda de modernização econômica e abertura para a França. Assim, em vez do "radical retrocesso" dos Estados Unidos, a França tem a oportunidade de avançar com as ideias de Macron, em nome de uma agenda que não aposta em uma "volta ao passado".

O senador criticou os que continuam com o discurso nos anos 50: isolacionista, nacionalista, protecionista, de fronteiras fechadas e de tom autoritário, seja à direita ou à esquerda. Para Cristovam, o candidato francês conseguiu vencer tudo isso e representa o novo.

Um presidente eleito contra tudo que é tradicional, mas que não caiu na tentação de se eleger pelo populismo, pelo protecionismo, pelo isolacionismo, pelo passadismo. Ele rompeu com o tradicional, propondo na frente, olhando à frente. Pode ser algo da geração dele — não tem nem 40 anos ainda —, mas eu acho que a juventude das ideias não depende da juventude biológica; depende de se estar sintonizado com o que alguns chamavam de espírito do tempo, para onde vai o mundo. E nós sermos capazes, como políticos, de ajustarmos as realidades das legislações para que as coisas caminhem nessa direção. E não indo para trás, como muitos defendem, seja no autoritarismo na política, seja no protecionismo, estatismo, desperdício, controlismo na economia — afirmou Cristovam, defendendo a liberdade econômica, desde que constituída sobre regras éticas.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)