Diplomatas sabatinados na CRE afirmam que cooperação do Brasil com países africanos melhora imagem do país

Sergio Vieira | 04/05/2017, 15h34

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quinta-feira (4) as indicações dos diplomatas Ana Maria Morales e Colbert Soares Junior para a chefia das embaixadas brasileiras, respectivamente, no Zimbábue e em Zâmbia, ambos países da África. As indicações seguiram para exame do Plenário do Senado.

Durante a sabatina alguns senadores, como Lasier Martins (PSD-RS) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA), questionaram os diplomatas sobre algumas políticas adotadas pelo Brasil nos últimos anos em relação a países africanos, como acordos de cooperação, perdões de dívidas ou até mesmo a validade quanto à abertura e manutenção de embaixadas em algumas destas nações.

Na resposta, os diplomatas defenderam uma posição ativa do Brasil junto à Africa, como proporcionadora de ganhos reais e simbólicos para nosso país em sua inserção internacional. Ana Maria Morales lembrou que, por exemplo, o presidente de Zimbábue, Robert Mugabe, com freqüência faz menções positivas ao Brasil em eventos e pronunciamentos públicos, devido à colaboração com o país na área da agricultura.

— Provavelmente somos a nação ocidental mais bem vista em todo o Zimbábue, já que eles historicamente tem tido uma relação conflituosa com os EUA e a Europa. O programa Mais Alimentos Internacional, por exemplo, tem contribuído para uma melhoria estrutural na vida de muitos pequenos produtores — afirmou.

Os resultados alcançados pelo Mais Alimentos Internacional também foram citados pelo senador Armando Monteiro (PTB-PE), reforçando que ele ainda beneficia a indústria brasileira.

— Traz ganhos imensos para nossa projeção e imagem na África. E é bom lembrar que ele [Mais Alimentos Internacional] é todo vinculado à nossa indústria. Todos os implementos agrícolas, tratores, etc. são fornecidos por nós, são todos produzidos aqui — afirmou.

Aproximação

A celebração de mais acordos de cooperação também deve ser o foco de Colbert Soares Júnior, caso sua indicação para a representação em Zâmbia seja confirmada em Plenário pelo Senado. Ele reforçou que os laços entre o Brasil e este país da África austral se intensificaram bastante a partir da reabertura de nossa embaixada em 2007, e a prioridade agora é a efetivação de acordos em áreas da bioenergia, como a produção de etanol, de biodiesel a partir do cultivo da soja e a geração de eletricidade proveniente da queima de biomassa.

Ao avaliarem a inserção no continente africano e a parceria de nações de outros continentes com os países da África, ambos os diplomatas citaram a forte presença chinesa hoje em praticamente todas as nações, também massiva no Zimbábue e Zâmbia. As parcerias com a China se dão em grandes investimentos em infraestrutura, no desenvolvimento da agricultura e até mesmo na migração, com dezenas de milhares de chineses hoje vivendo e fazendo negócios na África.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)