Collor comenta eleições na França e novas negociações UE-Mercosul

Sergio Vieira | 27/04/2017, 15h46

Na abertura da reunião da Comissão de Relações Exteriores (CRE) realizada nesta quinta-feira (27), o presidente do colegiado, senador Fernando Collor (PTC-AL), apresentou aos demais membros análises feitas por especialistas internacionais relativas ao processo eleitoral francês, que levou ao segundo turno do pleito presidencial Marine Le Pen (Frente Nacional) e Emmanuel Macron (En Marche).

Para Collor, os resultados na França apontam para um "país dividido". Uma "nação urbana", que apoiou Macron no primeiro turno, e uma "outra França de pequenas cidades desindustrializadas", que preferiu Le Pen.

- Esse é um corte semelhante ao que se manifestou nas eleições norte-americanas, e que levou ao triunfo de Trump - ressaltou o senador.

Foi destacado pelo presidente da CRE os números de Paris, onde Macron liderou com cerca de 35% das preferências, mas Le Pen não chegou sequer a 5%. Ele também destacou uma pesquisa do instituto Ipsos mostrando que a candidata da Frente Nacional foi a preferida entre os operários no primeiro turno, com 37% dos votos, sendo seguida pelo esquerdista Jean-Luc Melenchon, com cerca de 24%.

Citando a analista política Anne Applebaum, do jornal norte-americano Washington Post, Collor lembrou que com o resultado do primeiro turno a França tornou-se a primeira nação ocidental a não levar para a corrida final nenhum dos grandes partidos que dominaram a política na segunda metade do século 20. Para ela, a agenda do segundo turno (marcado para 7 de maio) "está clara", opondo forças políticas pró e contra a globalização.

- Macron é favorito, mas ganhe quem ganhar não terá maioria no Parlamento - disse Collor, citando a análise da jornalista.

Acordo UE-Mercosul

O presidente da CRE também destacou a visita do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, ao Brasil no início desta semana. Ele chamou atenção para o "forte apoio" mais uma vez manifestado por Rajoy às negociações entre Mercosul e União Europeia, visando a assinatura de um acordo comercial, "uma posição histórica da Espanha".

- Ele fez questão de dizer que seu país é na Europa quem mais estimula o acordo - reforçou o senador, lembrando que a Espanha é o terceiro maior investidor na economia brasileira, um montante que só no ano passado chegou a U$ 64 bilhões.

Também foi destacado por Collor a retomada das negociações UE-Mercosul, já agendadas para setembro em Buenos Aires, como anunciado pela chanceler argentina Susana Malcorra. O objetivo é a assinatura de um pré-acordo em dezembro.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)