'Sistema político brasileiro é uma usina de crises', diz Renan

Da Redação | 29/11/2016, 16h29

Em evento promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nesta terça-feira (29) o presidente do Senado, Renan Calheiros, defendeu mudanças radicais no sistema político brasileiro. O parlamentar enfatizou que o Senado está fazendo sua parte ao aprovar "uma profunda reforma política" para acabar com o que qualificou de “ eterna desconfiança da sociedade”.

Renan Calheiros destacou o fim das coligações proporcionais, a criação da cláusula de desempenho e o fim do instituto da reeleição, medidas propostas pela reforma política que será votada ainda nesta semana pelo Senado, como inovações que poderão dar uma nova configuração ao panorama politico brasileiro.

— O Senado tem atuado. A dificuldade reside exatamente nesse sistema político caquético. Assumimos a responsabilidade de fazer mudanças radicais em um sistema que está falido, fedido e provoca desconfiança na sociedade. O atual sistema político é uma usina de crises — alertou Renan.

O presidente do Senado também criticou o excesso de partidos na democracia, o que segundo ele dificulta a construção de entendimentos e favorece as crises políticas.

— A proliferação de legendas - hoje se não me engano já são 36 partidos - é essencialmente fragmentadora e dificulta a formação de maiorias proporcionando crises políticas recorrentes. Imaginem os senhores o que significa, do ponto de vista da administração do Executivo, a negociação de uma proposta controversa com 36, 40 líderes de nanolegendas. É quase inadministrável — afirmou.

Crise política

Renan Calheiros disse que 2016 ficará marcado como o ano que não terminou e alertou para os efeitos da atual crise no país.

— A crise política, econômica e social bagunçou o Brasil e está punindo nossa economia, gerando um desemprego assustador — afirmou.

Ao encerrar a participação no evento Renan Calheiros reiterou que o atual modelo político é fonte de grave instabilidade, ancorada numa legislação político-eleitoral ultrapassada.

— O dito presidencialismo de coalizão é uma tentativa semântica de atribuir estabilidade numérica a governos que não têm estabilidade alguma. A caixa da Pandora, fonte dos desalinhos contemporâneos, está na legislação político-eleitoral-partidária, licenciosa e caduca. Eleições a cada biênio têm se mostrado muito dispendiosas, além de engessar administrações e provocar o esvaziamento dos legislativos. Por isso, a necessidade de enfrentarmos a coincidências de mandatos e tantos outros itens espinhosos da reforma política — disse.

Da Assessoria da Presidência do Senado

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)