Indicado para São Tomé e Príncipe defende presença brasileira em países pequenos

Sergio Vieira | 10/11/2016, 15h48

O diplomata Vilmar Rogeiro Coutinho teve sua indicação para a embaixada brasileira em São Tomé e Príncipe aprovada pela Comissão de Relações Exteriores nesta quinta-feira (10).

Durante a reunião, ele foi questionado por Lasier Martins (PDT-RS) sobre a pertinência de o Brasil manter embaixadas em inúmeras nações pequenas, muitas abertas nos últimos anos, diante do quadro de aprofundamento de crise econômica.

Coutinho defendeu a continuidade dessa política pelo Itamaraty, frisando que sua opinião independia de sua indicação para chefiar a representação em um desses países. Ele completou que São Tomé e Príncipe é um caso peculiar para o Brasil, por ser também um país de língua portuguesa, mas que, além disso, seria muito restrito avaliar nossa presença em pequenos países apenas sob um ponto de vista de natureza contábil.

Lembrou ainda que fatores ligados às relações geopolíticas fazem com que São Tomé e Príncipe, dentre tantas outras nações pequenas e soberanas no mundo, tenham seu voto em diversos organismos internacionais, tendo um peso igual ao de nações grandes como o próprio Brasil.

— Abrir e manter uma embaixada em qualquer país tem um custo sim, o preço a se pagar buscando o incremento comercial, político, cultural e outros. Mas como calcular o custo de não se ter representação alguma e, pior ainda, o custo político que, a meu ver, seria incalculável de se fechar uma embaixada já existente? — ponderou Coutinho. O diplomata pediu que o Senado, e cada senador, tenham este ponto em mente nas discussões sobre essa temática.

Vilmar Coutinho reconheceu que até o momento o intercâmbio comercial do Brasil com São Tomé e Príncipe é muito pequeno. Em vários anos, as exportações não chegaram sequer a US$ 1 milhão.

O diplomata afirmou que pretende reforçar esses laços e lembrou que a nação africana já assinou acordos com a Nigéria e Guiné Equatorial buscando incrementar a produção de petróleo no seu território, o que "pode dar um novo rumo pro país, como aconteceu na Guiné".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)