CRE aprova indicações para embaixadas em Omã e Myanmar

Soraya Mendanha | 04/10/2016, 17h07

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou, nesta terça-feira (4), a indicação dos diplomatas José Marcos Nogueira Viana e Antonio José Maria de Souza e Silva, designados para representar o Brasil, respectivamente, em Omã, no Oriente Médio, e na União de Myanmar, no sudeste asiático. Os nomes agora serão levados para votação em Plenário.

Omã

José Marcos Nogueira Viana é formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e entrou para a carreira diplomática em 1986. No exterior, serviu nas embaixadas de Paramaribo (Suriname), Viena (Áustria), Trípoli (Líbia), Genebra (Suíça) e La Paz (Bolívia). Desde 2011, é o embaixador brasileiro em Roseau, capital da Dominica.

O diplomata explicou que o Brasil tem um comércio com Sultanato de Omã (nome oficial do país) muito avantajado, de cerca de US$ 1 bilhão em transações comerciais. Enquanto embaixador, José Marcos disse que irá concentrar seus esforços diplomáticos na exportação de alimentos. O indicado explicou que Omã é um país desértico que não tem condições de produzir e, por isso, importa tudo o que consome.

Além da exportação de alimentos, José Marcos Nogueira disse que tentará ampliar a exportação de produtos manufaturados e ajudará a Embraer a ganhar espaço no país. Segundo ele, Sultanato de Omã é também um grande importador de equipamentos de defesa e armamentos, o que cria oportunidades para a Embraer exportar, na área militar.

O Sultanato de Omã conta com 4,22 milhões de habitantes. A capital é Mascate e seu idioma oficial é o árabe, sendo o islamismo a principal religião do país. O sistema de governo é a monarquia.

A embaixada do Brasil situada em Mascate foi criada em abril de 2008. Segundo explica informe do Itamaraty, a decisão de abrir a representação levou em conta, entre outros fatores, os investimentos da Companhia Vale na construção de um moderno porto de águas profundas e de uma unidade industrial para a pelotização de minério de ferro na cidade de Sohar.

Myanmar

Antonio José Maria de Souza e Silva iniciou sua vida na diplomacia em 1976. Serviu em vários países e foi embaixador em Dili (Timor Leste) e em Maputo (Moçambique).

De acordo com Antonio, na década de 60, foi instalado um regime de orientação comunista em Myanmar e o país ficou fechado para o resto do mundo. O processo de abertura política interna iniciou-se nos últimos cinco ou seis anos quando foi instituída uma nova Constituição. Com essa abertura, o país inaugurou serviço de internet e sistema de celular próprio (até então utilizavam rede de celular da China).

Antonio explicou que o país tem um vale extremamente fértil, com enorme potencial agrícola, e é rico em minérios. O país também tem muito gás, tendo sido o maior fornecedor de petróleo para a Inglaterra antes da Segunda Guerra Mundial.

— Tem ainda florestas e madeiras, uma costa grande com uma indústria pesqueira relativamente importante —acrescentou.

De acordo com relatório do Itamaraty, o processo de democratização e reconciliação nacional são fatores adicionais de interesse econômico por Myanmar. Entre os setores mais promissores à exportação brasileira, destacam-se o de alimentos, que tem crescido a taxas de dois dígitos por ano, especialmente no segmento de alta qualidade, e o setor de aviação civil e militar. Antonio José explicou que representantes da Embraer têm realizado visitas ao país em busca de oportunidades de exportação nessas áreas (aviação civil e militar).

Outros itens

Os integrantes da comissão  aprovaram ainda um requerimento em pauta, de Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), pedindo autorização para representar o Senado na Cúpula do Clima (COP 22), que será promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) entre os dias 12 e 18 de novembro, em Marrakech, Marrocos.

Também foram lidos os relatórios dos senadores Jorge Viana e Antonio Anastasia sobre indicações de diplomatas para ocuparem o cargo de embaixadores no Irã e no Reino dos Países Baixos. Na mesma reunião, a senadora Ana Amélia leu relatório sobre a indicação de Maria Nazaré Azevedo para exercer o cargo de delegada permanente do Brasil em Genebra. Foi concedida vista coletiva aos três relatórios. Os documentos serão discutidos e votados pela comissão.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)