Aloysio Nunes declara que Venezuela não tem condições de exercer a presidência do Mercosul

Sergio Vieira | 04/08/2016, 11h55

Na abertura da reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), realizada na manhã desta quinta-feira (4), o senador Lasier Martins (PDT-RS), na condução dos trabalhos, leu um comunicado do presidente do colegiado, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), sobre a crise no Mercosul. Aloysio Nunes não participou do início da sessão na CRE por estar na reunião da Comissão Especial do Impeachment, que analisa o relatório de Antonio Anastasia (PSDB-MG).

No comunicado, Aloysio Nunes lembrou que desde 1991 a presidência temporária do Mercosul, com duração de seis meses, é exercida num rodízio entre os países membros em ordem alfabética. A presidência do bloco é transmitida durante reuniões de cúpula dos respectivos governos.

Essa transmissão deveria ter ocorrido no início desta semana durante reunião em Montevidéu, quando o cargo seria passado do Uruguai para a Venezuela. Mas a ascensão do país caribenho à presidência do bloco sofre neste momento a oposição de Brasil, Argentina e Paraguai, como lembrou Aloysio Nunes, pela Venezuela "descumprir mais de 100 normas" relativas ao funcionamento do Mercosul.

A reunião de cúpula acabou não ocorrendo, e a Venezuela, por meio de seu presidente Nicolas Maduro, entende já estar exercendo a presidência do Mercosul "por pleno direito".

O presidente da CRE reiterou em seu comunicado a rejeição à autoproclamação feita pelo governo venezuelano, e frisou ainda que espera que o atual secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, não seja reconduzido ao cargo durante reunião prevista para o próximo dia 20 de agosto.

Aloysio Nunes condenou o fato de Samper ter participado de atividades contra o processo de impeachment de Dilma Rousseff, antes da votação na Câmara dos Deputados.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)