Comissão vai solicitar informações a ministro sobre testes com a “pílula do câncer”

Da Redação | 12/04/2016, 12h11

A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) quer informações detalhadas do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação sobre os gastos realizados pelo Ministério em todas as ações relacionadas aos estudos da fosfoetanolamina, conhecida como pílula do câncer. A comissão aprovou, nesta terça-feira (12), requerimento do presidente do colegiado, senador Lasier Martins (PDT-RS), que solicita ao ministro as informações sobre os estudos e os resultados obtidos até agora.

Em sua justificação, Lasier afirmou que o defensor público federal Daniel de Macedo Alves Pereira fez importantes questionamentos ao Ministério sobre os testes científicos realizados. Ele pôs em dúvida a metodologia utilizada nesses exames. Em março, o Senado aprovou a distribuição do medicamento antes que fossem concluídas as pesquisas sobre sua eficácia.

— O Ministério, mesmo em tempos de crise econômica, conseguiu liberar a verba de R$ 10 milhões para a realização dos testes clínicos e científicos. Desses, R$ 2 milhões já foram utilizados — expôs o senador.

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) comentou que o Senado cometeu “um enorme equívoco” ao liberar o medicamento sem conhecer seus efeitos clínicos.

— É uma loucura completa o que nós estamos vivendo. O Senado autorizar a liberação de um medicamento sem que fossem feitos testes clínicos como manda a boa técnica para saber se ele é eficaz ou não — criticou.

Lasier disse que essa aprovação aconteceu devido ao sentimento das pessoas que tinham a esperança de que o medicamento as salvasse do câncer e pelo fato de que já havia sido comprovado de que a fosfoetanolamina não faz mal ao organismo. Mas Aloysio disse que o medicamento provavelmente não vai funcionar e que pode influenciar as pessoas a deixarem os tratamentos mais eficazes.

— É claro que a emoção é importante, mas o Senado não pode legislar nessa base — disse Aloysio.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)