Lindbergh protesta contra morte de trabalhadores rurais sem-terra no Paraná

Em pronunciamento nesta sexta-feira (8) no Plenário, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) protestou contra a morte de dois trabalhadores rurais sem-terra numa ação da polícia militar em Quedas do Iguaçu, no interior do Paraná. Os trabalhadores estão acampados desde 2014 em terras da empresa Araupel. A ação da PM resultou também em nove feridos, de acordo com números oficiais.

Segundo o senador, a atual gestão do governador Beto Richa tem se notabilizado pelo uso da violência policial generalizada. No que se refere aos conflitos no campo, disse Lindbergh, houve, em princípio, uma tentativa de dialogo do governo com os movimentos rurais, mas "o que aconteceu foi um rompimento total do diálogo por parte do Estado".

Lindbergh afirmou temer que essa seja a tônica do país caso seja aprovado o impeachment de Dilma Rousseff pelo Congresso. Para ele, o programa "Uma ponte para o futuro", que conteriam as diretrizes de uma suposta gestão de Michel Temer, levarão a profundos cortes e retrocessos em políticas sociais e trabalhistas.

— Haverá uma forte resistência popular neste caso, que deverá levar a uma repressão selvagem e implacável à classe trabalhadora — avaliou o senador.

Ele também voltou a criticar os vazamentos seletivos na operação Lava Jato e lamentou o fato de o Supremo Tribunal Federal (STF) não definir se Luiz Inácio Lula da Silva pode ou não integrar o governo de Dilma Rousseff antes da votação do impeachment.

Para o senador, o ex-presidente é a única liderança política que teria condições de iniciar um novo ciclo no governo e na economia, com base na reativação do mercado interno. Ele também chamou de "vergonhoso" o processo de impeachment, baseado, como observou, em "pedaladas fiscais" antes não condenadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e em operações de créditos suplementares também praticadas por diversos governos estaduais.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)