Lindbergh afirma que sistema de Justiça vem agindo com parcialidade no país

Da Redação | 18/03/2016, 15h44

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou em Plenário, nesta sexta-feira (18), a atuação de órgãos do sistema de Justiça e de Polícia, por considerar que estão se conduzindo de forma parcial e politicamente engajada nas investigações de casos de corrupção que estão movimentando o país. Segundo ele, juízes, membros do Ministério Públicos e policiais, em todos os graus, nem mesmo escondem suas preferências políticas.

- Não mais se escondem atrás de um pretenso biombo de pundonor. Arvoram-se no combate à corrupção, mas um combate que tem como alvo Lula, Dilma e, de quebra, a esquerda em geral – sustentou.

Lindbergh lembrou ainda frase recente do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo, segundo quem “a pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário”. Disse esperar que o “golpe do impeachment” contra a presidente Dilma Rousseff não seja aprovado. Depois, para registro nos Anais do Senado, leu a íntegra de editorial do jornal Folha de S. Paulo com críticas ao juiz Sérgio Moro, e ainda a carta aberta divulgada no dia anterior pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que ele cobra ser tratado com justiça.

Para o senador, a cultura jurídica que move os “operadores” do Direito muitas vezes serve a “razões óbvias”, como assegurar a reprodução do sistema político e de uma determinada ordem social. Como exemplo, lembrou a história de um escravo que, nos Estados Unidos, no Século 19, teve negado o reconhecimento, pela Suprema Corte, de sua condição de homem livre com base em lei mais benéfica do estado em que passou a viver com seus então donos. O caso foi o estopim da Guerra Civil americana, em que se destacou o presidente Abraham Lincoln entre os abolicionistas.

- Dizia Lincoln que a decisão da Suprema Corte era parte da maquinaria posta em marcha para assegurar a escravidão. Agora vemos o sistema de Justiça como parte da maquinaria para manter na senzala, no seu devido lugar, a maioria do povo brasileiro - afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)