Brasil poderá produzir insulina por meio de acordo com Ucrânia, informa embaixador

Marcos Magalhães | 17/03/2016, 12h51

O Brasil poderá vir a produzir insulina com tecnologia da Ucrânia, segundo adiantou nesta quinta-feira (17) o embaixador designado para aquele país, Oswaldo Biato Junior. Sua indicação para o cargo foi aprovada pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), em reunião presidida pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO), juntamente com as mensagens presidenciais de indicação dos novos embaixadores junto à Costa Rica e à Croácia.

— Está em negociação uma joint venture entre uma empresa ucraniana de produção de insulina e a Farmanguinhos [Instituto de Tecnologia em Fármacos] para a criação de uma fábrica no Brasil, com grandes economias para o erário público — relatou Biato, lembrando que o país ainda é grande importador de insulina.

Segundo o embaixador, cuja nomeação teve como relator o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), a cooperação na área de saúde deverá ser um dos novos focos do relacionamento bilateral, depois que o governo brasileiro optou por romper o acordo de cooperação espacial que mantinha com a Ucrânia — e que não chegou a permitir, como previsto, o lançamento de foguetes ucranianos da base espacial de Alcântara, no Maranhão.

Ao comentar o acordo espacial, durante o debate, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) lamentou que o Brasil tenha tido prejuízo de “centenas de milhões de dólares” sem nenhum resultado para o país. Também no debate, a senadora Ana Amélia (PP-RS) observou que o governo brasileiro ficou “em cima do muro” no momento da invasão da Crimeia, até então território da Ucrânia, por forças russas, em 2014.

Exemplo

Na mesma reunião, Anastasia, Ana Amélia e Cristovam fizeram grandes elogios à Costa Rica, país para o qual foi designado embaixador Fernando Jacques de Magalhães Pimenta. Os parlamentares ressaltaram a tradição pacifista do país centro-americano, assim como o seu desenvolvimento educacional, a solidez de sua democracia e o seu crescimento econômico.

Na sua exposição aos senadores, Magalhães Pimenta — cuja indicação também teve como relator Cristovam Buarque — defendeu maior presença de empresas brasileiras na Costa Rica, que tem demonstrado interesse em desenvolver setores como biocombustíveis e agroindústria. Ele informou que nos últimos anos a Costa Rica transformou-se em país exportador de produtos industriais de alto valor agregado.

Exportações

O embaixador designado para a Croácia, Paulo Roberto Campos Tarrisse da Fontoura, ressaltou a necessidade de o Brasil também aumentar o valor agregado de suas exportações para aquele país localizado nos Bálcãs, atualmente compostas por produtos como soja, carne e açúcar. Para isso, informou, ele deverá criar uma seção comercial na embaixada brasileira em Zagreb.

Ainda segundo Fontoura, cuja indicação teve como relator Antonio Anastasia, é necessário firmar com a Croácia acordos de cooperação em áreas como educação, saúde e previdência. O governo croata, informou, é um dos defensores do rápido início das negociações para a celebração de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)