Brasil deve se preparar para receber mais turistas da China, recomenda Davi Alcolumbre

Da Redação | 16/03/2016, 15h11

O Brasil deve se preparar para receber mais turistas da China, recomendou nesta quarta-feira (16) o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), na abertura do seminário Welcome Chinese, realizado no auditório do Interlegis, no Senado. Ele recordou que dois milhões de turistas viajam a cada ano para países de todo o mundo.

— Carecemos de profissionalismo para melhorar o nosso potencial turístico, especialmente nesse momento de crise econômica — ressaltou Alcolumbre, autor do requerimento para a realização do encontro.

As dificuldades com a língua, os altos preços das passagens e a burocracia para obter um visto estão entre os fatores que motivaram a queda na presença de turistas chineses no Brasil, segundo observou o vice-presidente da Academia de Turismo da China, Zhong Guang Li durante o seminário, promovido pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR).

Welcome Chinese

O seminário buscou trazer informações sobre a certificação Welcome Chinese, dada a hotéis, aeroportos, parques, e outros locais e serviços que se adequam ao padrão de qualidade chinês. A ideia é aproveitar as Olimpíadas do Rio neste ano para atrair mais turistas chineses ao Brasil.

Apesar dos problemas apresentados por Li, ele disse que a China tem grande interesse em estimular o turismo para o Brasil, que é, junto a Estados Unidos e México, um dos três polos de turismo nas Américas. Segundo Li, o esporte, a cultura, a natureza, o comércio e o modo de vida do brasileiro são atrativos para o chinês. Além disso, o Carnaval no Brasil coincide com o Ano Novo na China, o que favorece o turismo nesse período.

O presidente da Welcome Chinese Company, Jacopo Sertoli, falou sobre o que a companhia tem feito para promover o crescimento de empresas certificadas para receber os chineses no Brasil. Sertoli disse que trabalham em parceria com a Union Pay, operadora de cartões de crédito dos chineses. Ele apontou para essa necessidade de que o cartão de crédito da Union Pay seja aceito em estabelecimentos brasileiros.

— Se você viaja e não consegue usar seu cartão de crédito, você teria que usar dinheiro ou cartões de viagem. Temos Visa e Mastercard na China, mas não se compara ao número dos da Union Pay — afirmou.

Para Sertoli são coisas simples que podem ser facilmente alcançadas com parcerias locais no Brasil. Outro exemplo citado por ele foi a questão das redes sociais. Como na China não entram o Facebook e o Twitter, mas há versões equivalentes, os chineses precisam ter como acessar esses programas aqui no Brasil.

Para o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), o país precisa de mais pessoas que falem outros idiomas, se quiser atrair mais turistas. Ele disse que a educação é o caminho, mas apontou ainda outras mudanças necessárias, como a gentileza nas ruas, a violência, a saúde e o sistema de transporte.

O chefe da Assessoria Especial de Relações Internacionais do Ministério do Turismo, Acir Madeira, disse que a questão do visto para os chineses já está sendo melhorada com a instalação de três centros de processamento de visto na China, que vão tornar o processo mais ágil. Madeira disse ainda que o governo está ampliando o Programa de Qualificação Internacional de Estudantes de Turismo, para enviar os melhores estudantes segundo o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para escolas de excelência na China e na Rússia, países que não estavam no programa.

— A língua é um dos grandes empecilhos para atração de turistas ao país — ressaltou.

Para o senador Wellington Fagundes (PR-MT), o Brasil tem alto potencial para o turismo, com regiões como o Pantanal e a Amazônia, mas peca pela falta de infraestrutura. Ao encerrar o seminário, o senador Davi Alcolumbre afirmou que o debate vai favorecer a busca de caminhos para melhorar essa integração e o ambiente de negócios entre os dois países.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)