'O governo Dilma acabou', diz Cássio Cunha Lima
Da Redação | 04/03/2016, 10h35
O líder do PSDB, senador Cassio Cunha Lima (PB), disse nesta sexta-feira (4) que o país foi dormir perplexo com informações sobre suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e acordou ainda mais assustado com as notícias de que a Polícia Federal iniciou a 24ª fase da Operação Lava-Jato na casa do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, em São Bernardo do Campo (SP).
— O governo Dilma acabou. O governo Dilma acabou não só com as esperanças a curto prazo do povo brasileiro, mas mutilou a verdade, aniquilou com a ética, destruiu concepções de governabilidade com transparência, porque tudo o que vem sendo revelado nos últimos anos — este é um processo longo, extenso, de revelações estarrecedoras — demonstra claramente que é preciso, o quanto antes, que as instituições encontrem, dentro da Constituição, amparada pela lei, uma saída para esta crise — afirmou Cássio Cunha Lima.
Ele conclamou a população a ir às ruas no próximo dia 13 e manifestar sua indignação contra o governo. O senador também defendeu a convocação de novas eleições como saída para a atual crise.
— Só através da manifestação do nosso povo de forma vamos fazer com que essa pressão popular ecoe no Congresso Nacional — disse.
O ex-presidente é alvo de um dos mandados de condução coercitiva e terá que prestar esclarecimentos. Lula foi encaminhado à Polícia Federal. A ação, disse Cássio Cunha Lima, demonstra que a população pode confiar nas instituições e que ninguém está imune a investigações.
— É preciso refletir por que chegamos até aqui, mas é preciso, antes de qualquer outra coisa, dizer, desde já, que o nosso país, com as suas instituições democráticas, demonstra de forma muito clara que todos devem ser respeitados como cidadãos brasileiros, desde o mais humilde trabalhador rural à mais alta graduada autoridade da República, mas que ninguém está imune à investigação.
Para o líder do PSDB, o “momento é extremamente grave”.
— A crise aumenta e a Bolsa reage positivamente, o dólar cai? Porque todo o Brasil, todo o país hoje, tem uma consciência: a crise vivenciada tem nome e endereço: Dilma Rousseff, Palácio do Planalto — sentenciou.
Ele ressaltou que o papel da oposição não é de “tirar uma casquinha” da situação, mas encontrar um caminho para a crise, que em sua opinião passa pela convocação de novas eleições.
— Tenho certeza de que, das duas alternativas que estão postas dentro da Constituição para o desfecho dessa situação caótica, o impeachment ou as novas eleições, a segunda opção é o melhor caminho, e é o melhor caminho por uma razão óbvia: porque, no impeachment, de uma certa forma, nós transferimos para a democracia representativa a solução do problema. Através das novas eleições, nós entregamos ao povo, o verdadeiro detentor do poder, a solução para esse impasse — afirmou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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