Líder do PT no Senado é contra projeto que muda participação da Petrobras no pré-sal

Da Redação | 17/02/2016, 17h51

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que o partido é contra o projeto que revoga a participação obrigatória da Petrobras na exploração do pré-sal (PLS 131/2015). A proposta do senador José Serra (PSDB-SP) tramita em regime de urgência e está na pauta de votações do Plenário.

Humberto Costa alegou que, com o atual preço do barril de petróleo, não há justificativa para a urgência na apreciação da matéria. Para o senador, é importante um maior esclarecimento das vantagens da proposta que estabelece a preferência, mas não a obrigatoriedade para a Petrobras.

- A bancada quer, antes de votar, fazer um debate reunindo todos os senadores e representantes do governo para nós tentarmos construir um posicionamento, mas em princípio nossa posição será contrária – disse.

Para o presidente do Senado, Renan Calheiros, a matéria já foi bastante discutida e, portanto, está pronta para deliberação e será mantida com prioridade na pauta.

- A Petrobras está com um déficit de R$ 500 bilhões e a obrigatoriedade para que ela participe de todos os investimentos com pelo menos 30% não tem mais sentido. Qualquer decisão no sentido inverso favorecerá a seletividade dos investimentos da própria empresa. Então, não tem nenhum sentido as objeções que estão sendo feitas pelo líder do PT - afirmou Renan.

O senador Humberto Costa, entretanto, argumentou ainda que nenhuma empresa estrangeira tem se colocado à disposição para fazer investimentos sem a Petrobras. Além disso, ele destacou que a estatal detém a tecnologia de exploração de água profundas.

- Então eu temo que esse projeto, mesmo aprovado,  seja inócuo porque acredito que as empresas multinacionais vão buscar necessariamente uma associação com a Petrobras para  fazer essa exploração.

Ministro

Humberto Costa considerou positiva a reunião da bancada do partido com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, nesta terça-feira (16). Segundo o senador, o novo titular da pasta demonstrou que tem uma proposta “com princípio, meio e fim”, mantendo ainda a prioridade no ajuste fiscal e, ao mesmo tempo, buscando estimular a economia para a retomada do crescimento.

O encontro, segundo ele, deve selar a busca de maior entendimento com o Congresso para aprovação de mais recursos apenas para investimentos e para mudanças estruturais, como a reforma da Previdência.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)