Paim pede diálogo para resolver questão dos 'rolezinhos'

Nara Ferreira (Rádio Senado) | 17/01/2014, 15h10

O senador Paulo Paim (PT-RS) pede diálogo para garantir aos jovens o direito de participar dos chamados "rolezinhos" e, ao mesmo tempo, preservar a segurança da população em locais públicos e privados. Para o parlamentar, a polêmica é um sinal de amadurecimento da democracia.

O termo surgiu da expressão “dar um rolé”, ou seja, dar uma volta. Popularizou-se recentemente por designar o encontro de grupos de jovens em locais de livre circulação, como shopping centers. Os encontros são marcados pela internet e podem chegar a ter centenas de participantes, em geral jovens da periferia das grandes cidades.

A polêmica surgiu quando os shopping centers, temendo prejuízos ou insegurança, recorreram à Justiça para impedir os rolezinhos e barrar a entrada de jovens dentro dos centros comerciais. Entidades de direitos humanos alegam se tratar de discriminação contra rapazes e moças pobres e uma violação do direito constitucional de ir e vir.

O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul e relator do Estatuto da Juventude, afirma que o diálogo deve prevalecer nesses momentos.

- Com a democracia e a liberdade plena que a gente tem esses temas acabam surgindo e vão ter que ser debatidos. Para mim o que vale aí é o diálogo, é a conversa e não simplesmente a proibição de que meninos e meninas pobres possam entrar no shopping, mas a conversa e o diálogo dentro dos limites da lei - avaliou o senador.

Para Paim, o tumulto precisa ser evitado, mas sem discriminação.

- A preocupação que se está tendo é que as pessoas olham para a aparência de alguns e já saem batendo, prendendo, ofendendo. Então o momento é de bom senso e cuidar para que não haja conflito e confusão para que traga prejuízos para outros setores da população - afirmou o senador em entrevista à Rádio Senado.

O Estatuto da Juventude, aprovado pelo Senado em abril e sancionado em agosto de 2013, prevê uma série de direitos para pessoas com idade de 15 a 29 anos. O estatuto determina, por exemplo, que o jovem tem direito à diversidade e à igualdade de oportunidades e não será discriminado por causa da cor da pele, cultura, origem e condição social ou econômica.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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