Lídice da Mata cobra política de estímulo à cultura do cacau na Bahia

Da Redação | 27/03/2013, 17h20

Em pronunciamento nesta quarta-feira (27), a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) saudou a passagem do Dia do Cacau, comemorado no último dia 26, e cobrou a adoção de mecanismos que protejam os produtores baianos da cultura cacaueira, que se encontra em processo de recuperação após destruição pelo fungo "vassoura de bruxa", nos anos de 1990.

Lídice da Mata disse que os produtores baianos de cacau reivindicam a implantação de uma política que contemple o uso de novas tecnologias e extensão rural; a disponibilização de um Plano Safra voltado ao setor, com a inclusão do cacau na política do preço mínimo; e a regulamentação da taxa de importação para o cacau e seus derivados, entre outros demandas.

Originário da América Central, o cacau está profundamente vinculado à história dos baianos, estando retratado na produção literária do escritor Jorge Amado (1912-2001), lembrou Lídice da Mata. O fruto chegou a representar mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia, que chegou a responder por 87% da produção de cacau, afirmou.

O fungo da vassoura de bruxa levou os produtores baianos à descapitalização e à pobreza absoluta, além de ter provocado a queda da produtividade e a desarticulação do sistema cooperativista, o que contribuiu para criar um cenário de sucessivas perdas de mercado, afirmou a senadora.

Ela observou ainda que o cacau contribui para a preservação da Mata Atlântica, devido ao manejo que a cultura permite entre a plantação e a floresta. Lídice da Mata ressaltou ainda que a cultura do cacau não conviveu com a escravidão, já que se desenvolveu com a adoção de mão de obra assalariada.

Atualmente, continuou, a cultura do cacau representa o combate à tradição da monocultura e agrega valor ao fruto, destinado à fabricação de chocolate ou exportado com esse fim a outros países.

Padre Renzo

Lídice da Mata também encaminhou moção pelo falecimento do padre Renzo Rossi, destacado defensor dos direitos humanos no Brasil, morto no último dia 25 em Florença, na Itália. Padre Renzo chegou a Bahia em 1965, e começou atuar nas comunidades São Caetano e Fazenda Grande, na capital baiana.

Em 1978, teve contato com familiares de presos políticos, os quais ele passou a defender em sua militância, contou Lídice da Mata.

Aniversário de Salvador

A senadora também apresentou voto de congratulação pelos 464 anos da fundação de Salvador, a serem completados na sexta-feira (29). Lídice da Mata (1993-1996), que foi a primeira prefeita eleita da capital baiana, lembrou que Salvador foi a primeira capital do Brasil, e é hoje a cidade mais negra fora da África, com mais de 80% da população formada por afrodescendentes.

Resistência

Lídice da Mata registrou ainda o 45º aniversario da morte do estudante Edson Luiz, que foi morto em 28 de março de 1968, no Rio de Janeiro. O episódio, lembrou a senadora, marcou de forma profunda a resistência da classe média à ditadura militar que se instalou no país em 1964.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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