Jorge Viana diz que avanços da COP-18 foram decepcionantes

Da Redação | 17/12/2012, 16h45

Em discurso nesta segunda-feira (17), o senador Jorge Viana (PT-AC) fez um relato de sua viagem à Doha, no Catar, onde participou da 18ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP-18). Embora afirmando que "o resultado não foi o desastre que se anunciava, os avanços foram decepcionantes".

Jorge Viana lamentou que as mudanças climáticas, mesmo agravando-se com o passar do tempo, estão sendo deixadas em segundo plano. Até mesmo a crise financeira internacional é utilizada para justificar o desprezo ao debate sobre o tema. O senador disse que nem mesmo fato de as organizações não-governamentais e a comunidade científica mostrarem que, se o mundo seguir nesse padrão de produção e consumo, a temperatura se elevará em níveis catastróficos. Países inteiros poderão desaparecer se a temperatura da Terra se elevar mais de três graus Celsius.

Na conferência, obteve-se a prorrogação do Protocolo de Kyoto até 2020, com novo encontro a ser realizado em 2015, na França, para elaborar o seu substituto. O tratado internacional firmado na década de 1990 trazia compromissos rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa e se encerraria no final desse mês. Entretanto, para o senador, a prorrogação foi apenas uma maneira de não se debater o problema, já que ele se tornou mais fraco, com apenas 36 signatários em vez dos mais de 170 de antes.

- O fato é que os países desenvolvidos estão se negando a cumprir metas de redução das emissões, e o pior, levam no faz de conta o compromisso de financiar em 100 bilhões de dólares anualmente a redução das emissões nos países em desenvolvimento – declarou.

Japão, Rússia, Canadá e Nova Zelândia foram exemplos de nações que mudaram de postura e estão se afastando gradualmente de suas obrigações no âmbito da convenção, disse o senador. Além de não ousarem, estão recuando dos compromissos já assumidos.

- O ano de 2012 está terminando, Kyoto foi prorrogado, mas se tem tema que devemos começar 2013 debatendo é esse, que diz respeito a todos os habitantes do planeta – declarou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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