Parlamentares da Europa e do Mercosul querem acompanhar debates na OMC

Marcos Magalhães | 31/10/2012, 16h55

As negociações promovidas pela Organização Mundial de Comércio (OMC), que até hoje reúnem apenas integrantes dos governos dos países-membros, poderão passar a ser acompanhadas também por delegações parlamentares. A proposta foi apresentada nesta quarta-feira (31) pelo deputado francês Jean-Pierre Audy e prontamente aceita pelo deputado brasileiro Dr. Rosinha (PT-PR), que presidiu encontro, no Senado, de integrantes do Parlamento Europeu e da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul).

- O que nos preocupa é a participação parlamentar no debate sobre o comércio internacional. É preciso criar uma dimensão parlamentar na OMC - sugeriu Audy.

Ex-presidente do Parlasul, Dr. Rosinha considerou importante a discussão sobre o acompanhamento parlamentar das negociações sobre o comércio internacional. Ao concluir a reunião, que teve a presença de cinco integrantes do Parlamento Europeu, ele propôs que a pauta seja aprofundada durante os próximos encontros de parlamentares dos dois blocos econômicos.

Ainda sobre o tema do comércio internacional, o deputado italiano Gianluca Susta, relator da Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu, lembrou que a União Europeia tem incluído em todas as negociações comerciais as questões dos direitos humanos e sociais, como premissa para se chegar a um acordo. Este foi o caso, como informou, de negociações com a Coreia, a Colômbia e o Peru.

- Os acordos comerciais não são um fim, mas um instrumento - afirmou Susta.

Durante os debates, o deputado Newton Lima (PT-SP) propôs que o Parlamento Europeu e o Parlasul promovam discussão sobre a cooperação nas áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação. A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), por sua vez, pediu que os temas sociais estejam sempre na pauta dos dois parlamentos.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) quis saber dos colegas europeus como a crise econômica tem afetado os seus trabalhos. Em resposta, Audy disse que a crise não é da Europa, mas sim dos países que integram o bloco.

- A União Europeia não é um problema, mas uma solução. O euro não é um problema, mas uma solução - disse o deputado francês.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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