Cyro Miranda diz que privatização é caminho para desenvolvimento do país

Da Redação | 30/10/2012, 17h45

A privatização de aeroportos, portos, rodovias e ferrovias como forma de estimular o desenvolvimento do país foi defendida em Plenário nesta terça-feira (30) pelo senador Cyro Miranda (PSDB-GO). Para o senador, é preciso acabar com o “ranço estatizante e retrógado” de querer manter sob o controle do Estado segmentos da economia que tendem a funcionar melhor quando gerenciados pela iniciativa privada. Só assim, argumentou, o Brasil conseguirá resolver os gargalos da infraestrutura.

Para Cyro Miranda, o governo federal recebeu um recado da população nas eleições municipais do último domingo (29). A abstenção de 19% dos eleitores e o significativo número de jovens prefeitos eleitos seriam sinal de que a sociedade anseia por novas soluções para os velhos problemas de infraestrutura, saneamento, saúde e educação.

O senador deu como exemplo as privatizações nos aeroportos. Em sua avaliação, o governo federal não encontrará parceiros da iniciativa privada para investimento em aeroportos, por meio de concessões, se esses aeroportos continuarem sob o controle da Infraero, uma empresa pública.

O mesmo problema, alertou Cyro Miranda, deve ocorrer no processo de privatização e modernização dos portos. Entre 142 países avaliados, o Brasil está na posição de número 130 em termos de eficiência, armazenamento e desembaraçamento aduaneiro. Os portos brasileiros também seriam “lentos, burocratizados e dominados pelo corporativismo”, segundo esta avaliação, informou o senador. Em outros países, relatou, há sistemas automatizados, satélites e sonares para o atracamento de navios de grande porte, enquanto no Brasil esse trabalho é executado por 350 práticos, profissionais responsáveis por conduzir os navios até as docas. Com isso, a liberação de uma carga que leva um dia para ser feita no exterior, no Brasil pode levar meses.

- A presidente Dilma Rousseff precisa entender que ou ela é ousada o suficiente para apresentar mudanças capazes de dinamizar o setor e abrir novas perspectivas para os produtos brasileiros no mercado globalizado, ou o seu governo vai ficar enterrado na vala comum, sufocado pela ideologia – declarou o senador, acrescentando que a discussão não é de terminologia, podendo ser a parceria tratada como “privatização” ou “concessão”.

Cyro Miranda disse ainda que, quanto à questão portuária, o Brasil cresceu de um movimento de 435 milhões de toneladas no ano de 1999 para 700 milhões em 2011 e as Companhias das Docas não foram capazes de acompanhar esse ritmo. Para o país tomar o caminho do desenvolvimento sustentável, defendeu, não se pode querer transferir os portos, aeroportos e rodovias à iniciativa privada pela metade, mantendo a Infraero e a Companhia das Docas como gestoras. É necessário fazer surgir um modelo compatível com o atual estágio de desenvolvimento da economia.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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