Vice-presidente da CPI quer mais informações sobre aditivo a obra em São Paulo
Anderson Vieira | 29/08/2012, 20h18
O vice-presidente da CPI mista do Cachoeira, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), afirmou que pretende cobrar do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público Federal explicações sobre o aditivo de R$ 264 milhões à obra do trecho sul do rodoanel, em São Paulo.
No depoimento à CPI nesta quarta-feira (29), o ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, informou que o aditivo foi feito com anuência dos dois órgãos, embora a obra tivesse sido contratada por empreitada global, modalidade que não permitiria tal aporte. O depoimento foi marcado pelo embate entre parlamentares do PT e do PSDB.
– Ficou demonstrada a existência de uma ilegalidade com o respaldo de um procurador federal. A CPI vai querer saber dele e do TCU quem lhes deu competência para dar legalidade a este contrato – opinou o deputado.
O fato foi minimizado pelo senador tucano Alvaro Dias (PSDB-PR) para quem a convocação de Paulo Souza foi equívoco político com objetivo eleitoral e um “tiro no pé”.
– Ele passeou pela CPI hoje e deu todas as explicações necessárias – afirmou.
Cavendish
Para os dois parlamentares, no entanto, o esperado silêncio do dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, não vai atrapalhar os trabalhos da CPI.
- O envolvimento da Delta está comprovado pelas gravações e quebra de sigilo. Ele perdeu chance de se defender. Os dados que temos são contundentes e demonstram o envolvimento da empresa com Carlos Cachoeira – constatou Paulo Teixeira.
Para Alvaro Dias, a CPI terá material suficiente para elucidar o esquema de corrupção que envolve a Delta.
- Ele usou o código de silêncio adotado pelos marginais. O silêncio é comprometedor. Quem ficou em silêncio na CPI é porque devem. Ficou fácil de distinguir um dos outros.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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