Casildo Maldaner defende investimento em infraestrutura e reforma tributária para alcançar crescimento

Da Redação | 09/07/2012, 18h45

O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) criticou em Plenário nesta segunda-feira (9) a estratégia adotada pelo governo federal para estimular o crescimento econômico do país. O senador avaliou como “paliativas” as medidas tomadas pelo Executivo e afirmou que, para o crescimento ocorrer de fato, é preciso investir em infraestrutura, na reforma tributária e na revisão do pacto federativo.

Para Casildo, a situação do país é preocupante. O Produto Interno Bruto (PIB) subiu apenas 0,8% no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, a produção industrial teve retração pelo terceiro mês consecutivo, atingindo o acumulado dos primeiros cinco meses do ano 3,4% a menos do que o mesmo período do ano passado.

O senador concordou que o governo não está inoperante e acabou de lançar mais um pacote de medidas de incentivo à economia. Mas criticou a opção por estimular o consumo como forma de assegurar o crescimento econômico. Para ele, o crescimento pela elevação do consumo pode surtir efeito imediato, mas tem pouca eficácia futura e ainda cria o risco de endividamento excessivo das famílias.

Dados da Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo, divulgados pelo senador, revelaram que o percentual de famílias com dívidas no Brasil já supera os 57%. A taxa de inadimplência das pessoas físicas e das empresas voltou a subir em maio, atingindo 6%, de acordo com o Banco Central. A taxa representa o maior valor de toda a série histórica, que teve início em junho de 2000.

Por isso, alertou o senador, é preciso cuidado. Em seu entendimento, as estatísticas mostram que o caminho do crescimento sólido não passa apenas pela elevação do consumo. É preciso elevar os investimentos públicos principalmente em obras de infraestrutura, que garantirão as condições necessárias para o crescimento do país. Essas obras incluiriam portos, rodovias, aeroportos e ferrovias, ampliação da matriz energética e obras estruturantes em estados e municípios.

Para ele, ao desonerar a carga tributária de alguns setores para estimular o consumo, o governo toma medidas efêmeras.

- A desoneração mitigatória pode até trazer alívio imediato, mas efêmero. Não podemos crescer sem uma efetiva reforma do sistema tributário e sem um novo pacto federativo. Setores produtivos e cidadãos estão sufocados por uma carga tributária hercúlea, que toma de assalto 36% do PIB, através de um intrincado e burocrático sistema de impostos diretos e, principalmente, indiretos, penalizando ainda mais a população de menor renda – argumentou, sugerindo que o país aproveite o momento de dificuldade para realizar as reformas e transformações necessárias.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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