Rollemberg propõe triplicar matriz energética renovável

jose-paulo-tupynamba | 18/06/2012, 14h20

Em palestra realizada nesta segunda-feira (18) no painel O Clima pela Ótica do Parlamento, no ciclo de debates Rio Clima, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) propôs triplicar a participação da matriz energética renovável do mundo. Enquanto a participação da matriz renovável na produção energética brasileira é de 44%, a média mundial está em 13%. A proposta do senador é elevar esse índice para 40%.

O senador propôs também dobrar as unidades de conservação da natureza e reduzir a água utilizada na agricultura.

O ciclo de debates Rio Clima, coordenado pelo deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), é realizado concomitantemente à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

O senador afirmou que a presença dos parlamentos nacionais nas discussões sobre o clima, o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável é essencial, uma vez que cabe aos parlamentares elaborarem as leis. Em entrevista antes da palestra, afirmou que os parlamentos devem pressionar os chefes de Estado e de governo para que assumam compromissos visando ao desenvolvimento sustentável.

Impasse

Rollemberg reconheceu que há um impasse muito grande na elaboração do documento final da Rio+20. Ele defendeu que a Conferência inicie, pelo menos, um processo para alcançar alguns compromissos nos próximos anos. Entre esses compromissos, disse ser "absolutamente indispensável ampliar a utilização de energia renovável para conter o aquecimento global".

Para o senador, os impasses na Conferência decorrem tanto dos interesses dos países desenvolvidos como também da "visão pequena dos líderes mundiais". Em sua opinião, há uma crise não apenas econômica, mas também de falta de lideranças no cenário mundial.

- A Rio+20 não será nem um sucesso extraordinário nem um fracasso. Cumprirá um papel importante no processo de mobilização da opinião pública mundial, que vai pressionar governos e parlamentos para avançar na agenda de desenvolvimento sustentável. Vai produzir alguns avanços, como o Acordo sobre Oceanos. Enfim, será um passo importante. Mas poderíamos dar passos maiores e mais firmes - afirmou o parlamentar, que tem participado ativamente da Conferência.

Padrão de consumo

O senador disse ser muito difícil convencer o cidadão a mudar seu padrão de consumo. Defendeu que as novas gerações sejam educadas com a consciência de que, sem essa mudança, não se chegará a um desenvolvimento sustentável.

Rollemberg lembrou ter indagado a parlamentares europeus que participaram da Cúpula Mundial dos Legisladores - encerrada no domingo (17) - se faz sentido desmatar o Cerrado brasileiro para plantar soja, que será transportada em caminhões até navios que atravessarão o oceano para alimentar “vacas subsidiadas” na Europa.

O presidente da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas, deputado Márcio Macedo (PT-SE), afirmou, em palestra no mesmo painel, que o maior legado da Rio+20 será amplificar a discussão sobre desenvolvimento sustentável para o conjunto da sociedade brasileira.

A presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), afirmou ser necessário modificar o conceito de Produto Interno Bruto (PIB), como parâmetro de medição de riqueza, e o conceito de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como medida da qualidade de vida. Ela citou o caso do cidadão da Amazônia que preserva a floresta e que mora em um município com IDH classificado como um dos menores do mundo.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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