Alvaro Dias destaca campanha da CNBB em favor da saúde

Da Redação | 13/03/2012, 18h10

Em pronunciamento nesta terça-feira (13), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que a campanha da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre a saúde demonstra o descaso das autoridades do governo com a população mais pobre do país, afastada dos benefícios imprescindíveis dos serviços de saúde pública. Lançada pela CNBB no último dia 22, em Brasília, a 49ª Campanha da Fraternidade, com o tema “Fraternidade e Saúde Pública”, tem como lema “Que a saúde se difunda sobre a terra”.

Alvaro Dias ressaltou que pelo Brasil afora há corredores de hospitais abarrotados de doentes aguardando atendimento, ao mesmo tempo em que se verificam desvios brutais de recursos no setor.

O senador também destacou relatório do Banco Mundial sobre a saúde no Brasil, no qual constata que a questão essencial não é a carência de recursos, mas a falta de competência, gerenciamento e planejamento no setor, no qual “sobra desonestidade”, acrescentou Alvaro Dias.

- A CNBB traduziu as expectativas da população mais carente, considerando a realidade do setor, e clama por atitudes transformadoras. A saúde é manifestação da vida, de direitos fundamentais que os estados devem garantir – afirmou.

O documento lançado pela CNBB exige articulação da saúde com alimentação, educação, trabalho, promoção da mulher e da criança, remuneração e meio ambiente. Entre as dificuldades de acesso à saúde, a entidade destaca a falta de reconhecimento e de valorização dos serviços de atenção básica; a desarticulação dos programas de saúde entre si e a sociedade; a superlotação das unidades de urgência e emergência; o acesso precário com longas filas para marcação de consultas; a falta de leitos hospitalares e sua distribuição desigual pelas regiões do Brasil; a insuficiente assistência farmacêutica à população; e a falta de humanização e de acolhimento adequados nas unidades de saúde, entre outras.

Alvaro Dias avaliou que o Brasil está na contramão da atualidade e do que manda a Constituição, pois os gastos em saúde no país são bancados praticamente pelas próprias famílias, ao contrário do que ocorre em países desenvolvidos, onde 70% dessas despesas são cobertas pelo governo. O orçamento da saúde em 2011 foi de R$ 68 bilhões, dos quais apenas R$ 12 bilhões foram investidos em programas de atenção básica da saúde, ressaltou o senador.

Em aparte, o senador Paulo Davim (PV-RN) saudou o pronunciamento de Alvaro Dias, mas lamentou a rejeição de dispositivo, na votação que resultou na aprovação da Emenda 29 – que destina mais recursos para a saúde – que estabelecia a destinação de 10% dos recursos da União para o setor.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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