Senadores debatem veto à recondução de diretor da ANTT

Anderson Vieira | 08/03/2012, 15h55

O senador Pedro Taques (PDT-MT) manifestou nesta quinta-feira (8), em Plenário, sua discordância com o senador Jorge Viana (PT-AC), que havia lamentado, pouco antes, o fato de o Senado ter rejeitado, na noite de quarta-feira (7), a recondução de Bernardo Figueiredo à direção da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Pedro Taques disse que a rejeição não deve ser reduzida a uma disputa partidária ou divergências entre senadores e o governo. Na opinião de Pedro Taques, o fato mostra a importância da análise da vida pretérita daqueles que são indicados a cargos públicos. Ele lembrou que essa é uma das funções constitucionais do Senado.

Jorge Viana disse que foi surpreendente o fato de muitos senadores, que seriam contados como da base do governo, tenham votado contra a indicação. Na visão de Jorge Viana, a decisão foi uma manifestação política. Ele observou, no entanto, que a manifestação política é legítima e disse esperar que o governo absorva “este novo posicionamento” de alguns senadores.

O senador Roberto Requião (PMDB-PR), também em manifestação em Plenário, reclamou da cobertura da imprensa ao fato, dizendo que a mídia tenta “reduzir o valor das instituições”. Ele afirmou que instituições como Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Senado têm sensibilidade e pretendem estabelecer uma conduta moralizadora, acrescentando que não se deve reduzir a rejeição de um indicado a uma disputa política.

- Na bancada do PMDB não houve debate sobre cargos ou emendas – declarou.

Requião disse que a rejeição de Bernardo Figueiredo não foi uma revolta contra o governo da presidente Dilma Rousseff, que, conforme afirmou, tem acertado na maioria das decisões. A redução dos juros pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, que na quarta-feira fixou em 9,75% a taxa Selic, foi citada pelo senador como exemplo de uma decisão acertada.

- O que ocorreu ontem [quarta-feira] no Senado merece ser valorizado – disse o parlamentar.

Requião reafirmou que o resultado da votação não foi político e, sim, um exercício de convencimento, já que Bernardo Figueiredo não teria condições de permanecer à frente da ANTT. Para o senador, se houve fisiologia, foi a de quem votou para manter um candidato inapropriado para um órgão público. O senador disse que o Senado, na verdade, deu a oportunidade de o governo corrigir um erro.

- Os 36 senadores que rejeitaram o nome de Figueiredo são uma espécie de anjos da guarda da presidente da República – afirmou Requião.

Da Redação

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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