Em homenagem às mulheres, Alvaro Dias lembra paranaense que salvou judeus na Alemanha nazista

Da Redação | 07/03/2012, 21h20

O líder do PSDB no Senado Federal, senador Alvaro Dias (PR), prestou homenagem às mulheres, nesta quarta-feira (7), em Plenário, na figura da paranaense Aracy de Carvalho Guimarães Rosa (1908-2011).

- Aracy Guimarães Rosa merece todas as homenagens por ter ousado, inclusive com risco pessoal, em nome da solidariedade humana, desafiar a ditadura do Estado Novo, que dominava o Brasil no final dos anos 30. E mais que isso, vivendo naquela época na Alemanha, corajosamente desafiou também o nazismo, que já assumira o poder e começava a sua implacável perseguição aos judeus – explicou.

Poliglota, a brasileira trabalhou no consulado brasileiro de Hamburgo, na Alemanha, durante a ditadura de Adolf Hitler (1889-1945), na seção de passaportes. Aracy decidiu ignorar a circular secreta expedida pelo governo brasileiro, que restringia a entrada de judeus no Brasil. Ela simplesmente deixava de identificar as pessoas como judias. Seu nome hoje está inscrito no Jardim dos Justos entre as Nações, no memorial Yad Vashem, o Museu do Holocausto, em Israel.

- A nossa homenagem às mulheres na figura de uma heroína paranaense – disse.

Nascida em Rio Negro aos 5 de dezembro de 1908, informou o senador, Aracy foi uma “figura admirável”, mas “pouco enaltecida em seu próprio país” e também no Paraná, seu estado natal. De acordo com Alvaro Dias, Aracy desafiou a ditadura do Estado Novo (1937-1945), e também a ditadura nazista alemã, conseguindo vistos e passaportes para que judeus conseguissem fugir da Alemanha, inclusive para o Brasil, sem serem identificados pelos nazistas nem por governos simpáticos ao regime alemão, como era o brasileiro em grande parte daquele período.

Segundo Alvaro Dias, a brasileira chegou a esconder e transportar clandestinamente judeus alemães para que escapassem de serem presos.

O senador lembrou ainda que Aracy foi casada com um dos maiores escritores brasileiros, João Guimarães Rosa, e também chegou a ajudar artistas e intelectuais perseguidos pela ditadura militar iniciada em 1964.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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