Pedro Simon diz que hospitais estão tratando vidas como se fossem mercadorias

Da Redação | 23/02/2012, 16h29


Ao lembrar a morte do filho do ex-deputado Flavio Dino, dizendo que a perda de um filho é a mais profunda das dores, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) lamentou a postura de muitos hospitais brasileiros, que ignoram a dor física e da alma dos pacientes que os procuram e, por burocracia ou interesse econômico, jogam com a vida dos cidadãos.

Em discurso nesta quinta-feira (23), Simon disse que a vida - em instituições saúde públicas ou privadas - tem se transformado em uma mercadoria sob o jugo das leis de mercado, ignorando-se toda compaixão e solidariedade, quando alguém deixa de ser atendido por não ter, por exemplo, plano de saúde.

- Eu não vejo diferença entre o bandido que mata e o profissional que deixa de atender premeditadamente um ser humano que agoniza. Eu vejo crime na omissão de socorro, não só do médico, mas de qualquer outra pessoa que desdenha a dor alheia, qualquer dor, a do corpo e a da alma - disse.

Além disso, o senador criticou a situação da saúde no país, que tem se tornado, com cada vez mais frequência, caso de polícia. Ainda em uma referência a Marcelo Dino, que morreu por complicações de uma crise de asma no hospital Santa Lúcia, ele disse ser inconcebível que no século 21, após tantos avanços científicos, alguém perca a vida por uma doença que era grave no tempo de seus avós.

- Hoje, morrer de asma, sem agravantes e numa UTI, não dá pra entender - lamentou.

O senador se solidarizou com Flavio Dino e disse compreender sua dor por também ter perdido um filho, Mateus. Lembrou ainda outro caso de negação de atendimento ocorrido em Brasília, o do secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, que morreu no hospital Planalto, após sofrer um infarto agudo do miocárdio e não ser atendido nos hospitais Santa Lúcia e Santa Luzia por não apresentar cheque caução.

Em aparte, a senadora Ana Amélia (PP-RS) mencionou o caso de seu marido, morto há quase um ano, a quem a princípio foi negado atendimento por não ter plano de saúde.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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