Luiz Henrique lamenta a morte do líder tcheco Vaclav Havel

Da Redação | 21/12/2011, 16h01


O senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) lamentou na tarde desta quarta-feira (21) a morte do líder tcheco Vaclav Havel, ocorrida no domingo. Ele disse que Havel, que tinha 75 anos, foi o político que conduziu sua pátria, a República Tcheca, rumo à democracia, deixando um legado de luta intransigente pela ética e pelo rigor na gestão da coisa pública.

No Plenário, Luiz Henrique comparou Havel ao Papa Leão 13, que propôs um novo sistema entre o comunismo e o capitalismo, a fim de conciliar a liberdade de iniciativa com os marcos regulatórios próprios dos Estados que fazem forte intervenção na economia.

O senador lembrou uma das frases mais conhecidas do ex-presidente Tcheco, ditas em tom de alerta ao povo no período crítico vivido pela então Tchecoslováquia - país posteriormente dividido, contra a vontade do líder: "Não se iludam com o capitalismo, pois, se é verdade que o comunismo é capaz de distribuir a riqueza, mas é incapaz de produzi-la; o capitalismo é capaz de produzir as riquezas, mas incapaz de distribuí-las". O país se libertava de décadas sob regime stalinista.

- Ele alertou o povo para que não caísse na sedução do consumismo e propôs ao seu país algo na linha do que os socialdemocratas alemães chamavam de "economia social de mercado", regime que tornou a Alemanha líder do mercado europeu pouco tempo após ser destruída pela Segunda Guerra Mundial - afirmou Luiz Henrique.

A vida de Havel, explicou o senador, foi marcada por três fases distintas. Entre 1950 e 1970 ele se dedicou às artes - literatura, poesia, dramaturgia -; de 1970 a 1990 se consolidou como dissidente e líder da Primavera de Praga - movimento esmagado pelos tanques do Pacto de Varsóvia em 1968. Em 1977, explicou o senador, as ideias libertárias de Havel foram consolidadas na famosa Carta 77, um movimento de defesa dos direitos humanos em pleno regime comunista de Gustáv Husák, que é um libelo da democracia e condena o aparelhamento partidário do Estado.

A terceira fase foi a de político, de 1990 a 2003. Suas principais obras, Cartas a Olga e O poder dos sem poder, refletem a luta que manteve contra o totalitarismo stalinista.

- Havel levou para o governo sua sensibilidade de artista e de líder comunitário. Era um crítico da antiética da política e foi um líder cuja história foi marcada pela decência e moralidade. Que seu exemplo fique entre nós na construção, em 2012, de uma democracia que se aprimore por uma reforma política que estabeleça novas diretrizes para o nosso país - concluiu Luiz Henrique. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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