Cyro Miranda diz que R$ 10 bilhões a mais de superávit é 'muito pouco'

Da Redação | 15/09/2011, 15h47


O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) disse que os R$ 10 bilhões que o governo anunciou que irá incorporar ao superávit primário "em hipótese alguma significam um verdadeiro ajuste nas contas públicas". Para ele, esses R$ 10 bilhões que o governo deixará de gastar "são muito pouco, quando se consideram as prioridades do país e as pressões previstas sobre o orçamento, confrontadas com o quadro da economia mundial".

Em pronunciamento nesta quinta-feira (15), o senador acrescentou que o governo não mostrou que esses R$ 10 bilhões equivalem ao que recebeu a mais em impostos e decidiu não gastar. De acordo com o parlamentar, a imprensa informou que só a mineradora Vale antecipou o pagamento de R$ 6 bilhões que estavam sob contestação judicial.

O senador assinalou também o aumento da arrecadação, que de janeiro a julho deste ano superou em 13,8% o arrecadado em igual período no ano passado. Disse ainda que o "impostômetro" instalado em São Paulo chegou à quantia de R$ 1 trilhão 35 dias antes do que no ano anterior. O parlamentar criticou o "oneroso sistema" tributário brasileiro, com 70% dos 63 impostos concentrados na União, restando 25 aos estados e cinco aos municípios.

Cyro Miranda criticou ainda os escândalos de corrupção do governo federal, que "vêm um atrás do outro":

- Lá se vai o quinto ministro - afirmou, lamentando que os R$ 60 bilhões perdidos com a corrupção não voltem, enquanto "a saúde e a educação estão à míngua".

Ele sugeriu ao governo federal uma desoneração de impostos, para aumentar o consumo das famílias e fortalecer o mercado interno. E disse que é preferível melhorar a malha ferroviária e rodoviária para escoamento da produção, em vez de construir o trem bala, "projeto faraônico inviável financeiramente".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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